Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

sábado, 27 de novembro de 2010

Violência contra a mulher: vamos dizer não!


Dia 25 de novembro foi o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher.

Escrevi um pequeno texto sobre o assunto, e foi publicado no site da revista Época. Para quem quiser ler na íntegra, segue o link abaixo:




quinta-feira, 25 de novembro de 2010

POLÍCIA É PARA QUEM PRECISA!

Muito me entristece chegar à casa, depois de um longo e tenso dia de trabalho, entrar na internet para ler as notícias e me deparar com um enorme grupo de "pessoas" nas redes sociais apoiando uma campanha dessa!
Tenho que fazer minhas, as palavras do Capitão Nascimento: "Que sociedade é essa que estou deixando para o meu filho?"
Que sociedade é essa que acredita que a solução do problema da criminalidade no RJ é largar o aço?
Hoje foi um dia para se perceber, ainda mais, como os valores tornam-se banais para as pessoas de uma maneira muito simples...
Qual o valor da vida?
Qual o valor do ser humano?
Qual o valor da nossa consciência?
Para muitos, nenhum...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Política neo- Malthusiana

Em visita ao Chapéu Mangueira, no Leme, Marcelo Freixo conversa com Valdinei Medina, presidente da associação Amigos de Chapéu Mangueira. Valdinei se surpreende com a visita de um deputado logo após as eleições, afinal não é comum o pessoal aparecer por lá sem ser em campanha eleitoral.

Valdinei fala um pouco sobre como estão as coisas por lá: "Temos um posto de saúde prontinho, com consultório de odontologia montado e um monte de medicamentos, mas não tem dentista nem médico. A creche, criada pelos moradores em 1992 e que atende 75 crianças, não pagou neste mês o salário das funcionárias. O que mais mandam pra gente é anticoncepcional. Tem caixas e caixas de pílula aqui". 

"É a política de saúde do governo, dar anticoncepcional para pobre...", diz o deputado, que prometeu chamar a atenção para este e outros problemas assim que chegar de volta ao gabinete.

É isso aí: Malthus revisitado. Como Sérgio Cabral pretende combater a pobreza? Acabando com os pobres! Se eles não se reproduzirem, em algumas gerações o problema está definitivamente resolvido! E ele se reelegeu com 66% dos votos...


sábado, 13 de novembro de 2010

TROPA DE ELITE 2: Osso duro de roer!


Finalmente, depois de longas e tenebrosas tentativas mal sucedidas, consegui ver o filme Tropa de Elite 2 e sai do cinema com uma forte sensação que poderia ter ficado sem vê-lo.
Sinto-me na contramão da opinião. Todas as pessoas que assistiram o filme comentaram que era melhor que o Tropa de Elite 1, que o filme era sensacional, imperdível, etc e tal. Será que as pessoas entenderam o Tropa de Elite 1? Será que eu sou anormal? Será que eu não entendi o Tropa de Elite 2? Talvez. Mas, por enquanto, quanto mais penso no filme, menos gosto dele e cada vez o considero pior.
Muitas pessoas pontuam que o filme aborda muito bem a questão da formação das milícias. Concordo com esse ponto, até a página 60. O filme deixou de abordar questões interessantes sobre a atuação das milícias nas favelas, como o fato de muitos moradores, a priori, apoiarem os milicianos. Esse fato é interessante, porque mostra a imensa fragilidade da atuação do estado com as populações menos favorecidas. Além disso, a milícia não foi o fio condutor desse filme e sim o Nascimento e isso o enfraqueceu!
O filme também comete um outro pecado, deixa subentendido, ou melhor, deixa bem claro na narrativa do Wagner Moura, que o deputado Fraga (que representa a figura do deputado federal Marcelo Freixo), era mais um que queria se dar bem na política com o seu papel de “o defensor dos direitos humanos”. Achei isso uma falta de respeito com o trabalho do Freixo e confesso que não entendi como ele deixou isso ir para as telas dessa forma, tendo em vista que ele foi um dos colaboradores do roteiro desse filme.
Um outro comentário que está sendo muito comum é que este filme superou o primeiro, porque o roteiro é mais abrangente. E desde quando isso é pré requisito de qualidade para um filme? Justamente por esse roteiro ser mais abrangente é que o torna muito mais fraco! O roteiro quis abraçar o mundo com as pernas e faltou perna para completar esse abraço. E eu confesso que sai carente da sessão! J Ele quis abordar o problema penitenciário, a formação das milícias, o envolvimento de lideranças políticas locais com as milícias que acabam formando a polícia que merecem, o envolvimento da corrupção do planalto central neste contexto e como a cereja do sundae, ainda quis abordar as crises existenciais e morais do Capitão, agora Coronel Nascimento. Tudo isso regado por um enredo muito menos audacioso e por isso, bem menos interessante.
Foi um filme muito limpo, esteticamente mais bonito, mas que não gera o incomodo que gerou o primeiro. Afinal a culpa de tudo são dos políticos e tudo será resolvido no final com a Justiça, como se essa fosse limpa e efetivamente justa neste nosso Brasil varonil.
Li uma crítica muito interessante na Carta Capital do Orlando Margarido que vale a pena conferir (http://www.cartacapital.com.br/cultura/um-heroi-classe-media). Fiquei muito aliviada ao lê-lo, porque não me senti tão só neste reinado de louvores ao Tropa de Elite 2. O nome do seu artigo é “Um herói classe média”. Acertou em cheio! E por isso entendo melhor a aceitação quase unânime desse filme.
O Tropa de Elite 1 era muito pontual e preciso em seu objetivo. Queria trazer à tona a discussão de que as classes médias e altas têm co-participação no desenvolvimento do tráfico e da violência em nossa cidade e que essas mesmas classes sociais que financiam o tráfico, “criam” e apóiam o BOPE, ou seja, uma máquina de matar os “inimigos” que elas mesmas ajudaram a formar e crescer. Saímos do Tropa de Elite 1 com uma certa angústia: “Que sociedade é essa que vivemos?” “Que legado é esse que deixaremos para os nossos filhos?”
O Tropa de Elite 2 não trás essa angústia, apresenta uma fragilidade dramática muito grande, pontua apenas fatos já conhecidos da nossa cidade, de maneira didática, sem acrescentar muita coisa, porque não trás análises é apenas um filme de opinião e nada mais. Não tem o brilhantismo do Tropa de Elite I
Finalizo o meu humilde texto, dizendo que prefiro muito mais o Capitão Nascimento fascista, visceral e autêntico do Tropa de Elite 1, que era um tapa na cara da sociedade, do que esse Coronel Nascimento fofo, que dá vontade de levar pra casa e dar colinho, mas que é muito vazio!
A atuação do Wagner Moura foi fenomenal, mas o perfil desse novo Nascimento e o roteiro do Tropa de Elite II não dão para aturar. Sendo assim, Sr. Sub-Secretário de Inteligência Nascimento: PEDE PRA SAIR E NÃO VOLTA!

domingo, 7 de novembro de 2010

Por que querem derrubar o ENEM?...

Estou me perguntando nesse final de semana por que e a quem interessa derrubar o Exame Nacional do Ensino Médio, conhecido como ENEM. Como eu sou uma pessoa meio paranóica e com uma certa mania de perseguição, às vezes eu tenho um lapso de realidade e me pergunto se estou sendo por demais crítica e, por demais RADICAL nas minhas críticas (a mim mesmo, a tudo e à todos, hehe). Enfim. Me peguei, nesta manhã, praguejando sozinha ao ouvir no rádio do carro que o exame desse ano poderá ser anulado por um "erro de impressão do cartão de respostas". Virei onça! Logo comecei a matutar: Esses caras são F@#$%!! Agora vão arrumar um problema todo ano para mostrar "como o sistema é falho, como o ENEM é mal executado, como é RUIM! Dessa forma, volta-se ao modelo de vestibular descentralizado ao velho estilo, "cada um por si". Cheguei ao meu destino e parei de pensar no assunto, quando me lembrei mais tarde, já menos exaltada, pensei que poderia estar exagerando, mais uma vez. Ao conversar com o Fidel à noite sobre o assunto, ele me diz que meu sogro e sua mulher (dois educadores) também perceberam uma jogada suspeita e desconfiam de uma política para "detonar" o ENEM. BATATA! Não é que eu não estava só sendo radical e paranóica mais uma vez!!! A política de deslegitimação e desmoralização do exame é clara, consistente e vem sendo feita desde o ano passado com a história do vazamento da prova etc. Esse ano é a impressão errada do cartão de repostas, um jornalista absolutamente sem ética (pleonasmo? ops! desculpem!) que passa o tema da redação para a edição do jornal no meio da prova, de dentro do banheiro. Gente! O que é ISSO? Essa política tem tido um AMPLO, TOTAL e IRRESTRITO apoio da mídia "imparcial" e "atenciosa à opinião pública" e de mais QUEM?? Por que "querem" derrubar o ENEM? Me pergunto e pergunto a você, prezado leitor? Podemos debater o assunto em um loooongo papo de bar, mas, à princípio, já tenho alguns argumentos bastante convincentes na manga: O ENEM, com todas as críticas que possam ser feitas ao modelo, ao programa, ao processo, à correção, à banca de elaboração etc. etc. etc. (poderíamos ficar aqui a noite toda apontando problemas), é uma forma de seleção para ingresso nas universidades públicas que se mostra mais democrática do que os vestibulares descentralizados pelo país. Fato. Não defendo o ENEM por princípio, assim como não defendo o vestibular tradicional dos últimos 25 anos (antes disso era o tal "unificado" que nossos pais fizeram..). Ambos alimentam um sistema elitista e que inverte todo o princípio da educação pública. Entra na universidade pública quem pode pagar e fica de fora quem não pode. Não estou dizendo com isso que a universidade deveria ser paga ou algo do gênero, por favor! Mas, sim que temos SÉRIOS problemas na educação básica no nosso país, como vocês todos já sabem. De qualquer forma, o que eu quero dizer com a minha "intercessão" em favor do Exame Nacional do Ensino Médio, é que, de alguma forma, ele contribui para unificar os programas de vestibular (o que poder ser um ponto bastante favorável para aqueles que não têm a oportunidade de fazer cursinhos ou cursar colégios caros), ele contribui para diminuir o número de provas diferentes, de modelos diferentes, em lugares diferentes e com TAXAS DE INCRIÇÃO (bem como as exigências para não pagá-las) muito diferentes, o que também é um obstáculo àqueles que não tem como bancar viagens, taxas, o custo de passar o dia fora de casa e ter de se alimentar, deslocar etc. Eu percebo o quanto o exame unificado incomoda a classe média e média alta (a alta não porque ela não faz questão dessas vagas...). Só não vejo reclamarem mais do ENEM do que reclamam das cotas, mas esse é oooutro debate longo. Incomoda porque diminui o gap. Incomoda porque oportuniza. Incomoda porque contribui para que a disputa seja menos injusta (reparem bem: menos injusta não é mais justa). Por isso querem derrubar o ENEM. E aí, nós educadores. Que posição tomaremos? Que opinião formularemos? Vamos bancar essa crítica? Eu acho bastante oportuna.