Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Coelho subversivo

No próximo dia 03 de fevereiro será celebrado o Ano Novo chinês, que será o ano do Coelho.

Como uma "homenagem" ao ano novo, foi lançado (e uso esse tempo verbal porque o autor é anônimo) um filme que conta a fábula de coelhos oprimidos que se revoltam contra os tigres dominadores. O final, eu não vou contar, deixo para vocês mesmo verem no filme, mas é previsível.

O filme se chama "Pequeno coelho, seja bonzinho" e faz várias referências a episódios recentes na China, como o do leite contaminado que envenenou quase trezentas mil crianças.

Apesar do grande controle que existe no país sobre o acesso e uso da internet, o vídeo ficou disponível durante algum tempo no país e, claro, se espalhou. O autor ainda é desconhecido.

Assitam abaixo!


AS MENINAS ESTÃO DENTRO!

Começa hoje no auditório da Academia Brasileira de Letras o IV SEMINÁRIO INSERÇÃO E REALIDADE, que terá como objetivo discutir a história, a cultura e a realidade dos cidadãos afro-descendentes em nossa sociedade.
O seminário contará com a participação de jornalistas, pesquisadores, personalidades da cultura afro-brasileira e público interessado. Ocorrerão três mesas-redondas que serão coordenadas pelo ator e diretor Milton Gonçalves e irão enfocar temas significativos e atuais no contexto da cultura afro-brasileira.
Esse evento já estava divulgado aqui no blog há algum tempo no "Anote na Agenda" , entretanto gostaria de ressaltar o fato de que esse seminário está dando o que falar antes mesmo de começar, devido uma negligência cometida pela comissão organizadora.
Um evento que tem como tema INSERÇÃO esqueceu de inserir as "MENINAS" para abrilhantar as mesas de debates. Isso mesmo, esqueceram das mulheres. Só tinha valete nas mesas. Isso deu um rebuliço meu povo. Durante semanas, as redes sociais e fóruns de discussões esquentaram, tecendo inúmeras críticas aos organizadores do evento por tamanha falta de bom senso!
Mas a falha foi resolvida e agora AS MENINAS ESTÃO DENTRO do seminário!
Confiram as mesas de debates e prestigiem o evento!
Além das palestras ocorrerão várias oficinas e shows muito interessantes!
Programação completa no site: www.festivalafro.com.br
Dia 25/01: O Negro na Literatura - Fala de abertura: ADRIANA BAPTISTA - Domício Proença Filho, Alberto da Costa e Silva e Salgado Maranhão
Dia 26/01: Repensando o Negro - NALUÍ MAHIM, Joel Rufino dos Santos, Muniz Sodré e Carlos Alberto Medeiros
Dia 27/01: O Negro nas Artes Cênicas - ILÉA FERRAZ, Haroldo Costa, Luiz Antônio Pilar e Hilton Cobra

domingo, 23 de janeiro de 2011

Não vou deixar envelhecer o coração!


Olá caros leitores!
Hoje deixarei um pouquinho de lado os assuntos emergenciais da vida, sem esquecê-los, é claro, para brindar o amor.
O amor, já declamado em tantos versos e prosas, por grandes escritores, poetas e anônimos é símbolo de muitas inspirações, e hoje é a inspiração dessa postagem.
Porque o amor merece ser sempre reverenciado!
E mais do que isso, merece ser vivido! Não como nos filmes, cheio de alegorias e adereços, que nos enchem os olhos, mas que na maioria das vezes não condizem com a realidade. Temos que amar na sua plenitude, com todos os seus sabores e desabores. Porque o amor é um turbilhão de sensações que não nos deixam em paz!
Descobri há pouco tempo uma música do Adauto Santos, que materializou muita coisa que eu penso sobre o amor, o título da música é AMOR e PAZ e está postada logo abaixo dessas linhas, numa interpretação belíssima da Martinália com o Martinho da Vila.
As pessoas tornam-se descrentes do amor, porque, muitas vezes, querem um amor tranquilo, querem o amor dos filmes, sempre com sabor de fruta mordida no final. Eu também já quis um amor assim, confesso. Mas amor não é isso! Amor é incerteza, amor é inquietude, amor é doação, amor é muitas vezes, sacrifício e o mais louco é que mesmo assim AMAR é bom, como já dizia o samba, nos faz renascer e como é bom desfrutar desse imenso prazer!
Caros meninos e meninas desse Brasil, hoje venho aqui para desejar muito amor para vocês. Não levem a vida toda em vão, não deixem envelhecer o coração! Já que se tem que sofrer nesta vida, que seja mais por amor!
Amem muito!! Amem sempre...
E vamos abrir alas para depositarmos por aqui, um pouco das nossas percepções e inspirações sobre o amor...
Ahhh... Não deixem de ver o vídeo!! É imperdível!!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Uma outra educação é possível? Acredito que sim...

Acabei de ler alguns livros sobre educação e confesso que ando com a cabeça fervendo!
A educação está em crise e eu também!
Mas, de certa forma, acho isso bom! Afinal, a história nos mostra constantemente, que os grandes momentos de crises são também grandes momentos de transformações!
Muitas vezes as transformações não são positivas, mas no caso da educação quero crer que serão! Quero ser otimista, para continuar trilhando esse mar de complexidades que é o mundo da educação.
Parafraseando o poeta diria: "Navegar é preciso, educar, nem um pouco!"
No momento, não irei muito além com as palavras. Quero apenas divagar. Permitir que o pensamento derive ao sabor do vento. Voltarei em breve!
Finalizando esse "post-desabafo", de ideias turvas e certezas incertas, quero presentear os nossos queridos leitores com esse vídeo do Calvin que nos faz pensar até que ponto não somos castradores ao invés de educadores?
Jean Piaget, um grande pensador da educação, disse uma vez que a educação consiste em fazer criadores e concordo com ele. Mas será, que nós professores, conseguimos executar essa difícil tarefa?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Preguiça

Segunda-feira, dia de preguiça.

Paredão do preconceito

Querid@s, desculpem o tema desse breve post-comentário... mas não consegui deixar passar. Ontem, assisti ao episódio do BBB11. Foi a formação do primeiro "paredão", a indicação de três pessoas que serão votadas pelo público para que uma seja eliminada.  
Os três indicados são: um homem negro, uma mulher negra e um(a) transexual, hoje mulher. É ou não é o paredão do preconceito??
Dos 17 participantes, apenas três são negros e dois agora estão no paredão.
Tá bem, tá bem... o BBB é um lixo, a Globo é pior que lixo... eu sei. Eu sei. Mas, está ficando escrachado demais, não é não?
Não tem limites?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dois demônios? Ou ditadura e opressão?

A candidatura e agora a eleição de Dilma Roussef levantou debates sobre a ditadura militar e sobre o combate e a resistência à ditatura (que por muitos foi chamado de terrorismo), sobre a anistia, sobre julgar ou não os torturadores, e agora o debate em torno da Comissão da Verdade. Sem tempo de escrever mais sobre isso no momento, eu vou simplesmente reproduzir um texto que gostei bastante para a gente debater por aqui. 

Dois demônios
Vladimir Safatle

O atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, presta um desserviço ao país com suas declarações sobre a Comissão da Verdade. Ao afirmar que a comissão deveria apurar também as ações de grupos de luta armada contra a ditadura, o ministro reforça a ideia de que a violência de um Estado ditatorial contra a população e a violência de cidadãos contra tal Estado são equivalentes.

Tal colocação vem coroar uma semana na qual ouvimos o ministro de Segurança Institucional dizer que não é motivo de vergonha o desaparecimento de presos políticos.

Afirmações dessa natureza baseiam-se na chamada "teoria dos dois demônios": malabarismo retórico de quem acredita que "excessos" foram cometidos dos dois lados e que, por isso, melhor seria deixar o passado no passado.

Tal sofisma foi rechaçado por todos os países. Não por outra razão, o Brasil é mundialmente citado como exemplo negativo no que diz respeito ao dever de memória e ao trato dos direitos humanos.

Um dos fundamentos da democracia ocidental consiste no direito de resistência. Em última instância, ele afirma que toda ação contra um Estado ilegal é uma ação legal.

O filósofo liberal John Locke lembrava que assassinar o tirano não era crime, pois homens livres não se submetem a grupos que tomam o poder pela força e impõem um regime de exceção e medo.

Foi baseado nesse conceito que, por exemplo, os resistentes franceses não foram considerados criminosos, mesmo tendo perpetrado sabotagens e ações violentas contra outros franceses, colaboradores do nazismo. O problema é que há pessoas no Brasil que estão aquém até mesmo de um conceito liberal de democracia.

Por outro lado, com suas afirmações, o ministro da Defesa esconde tacitamente o fato de que os integrantes da luta armada envolvidos nos chamados "crimes de sangue" já foram julgados. Eles não foram beneficiados pela Lei da Anistia, de 1979. Por isso continuaram na prisão mesmo após essa data, fato que o pensamento conservador nacional faz de tudo para acobertar.

Ou seja, os únicos anistiados foram os responsáveis por terrorismo de Estado.

Por fim, vale lembrar que, contrariamente a outros países sul-americanos, não existiam grupos de luta armada no Brasil antes da ditadura militar. Eles foram o resultado direto do fechamento das vias políticas de transformação.

Por isso, aos que se contentam em repetir chavões como "temos que construir o futuro, o importante é isso" devemos lembrar que país nenhum construiu o seu futuro sem acertar contas com os crimes do passado.

A exigência de justiça é como a razão, segundo Freud: ela pode falar baixo, mas nunca se cala.
(texto publicado na Folha de São Paulo na terça feira)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Haiti: que futuro?


Hoje faz um ano que Haiti, um país já miserável e desestruturado, foi destruído por um dos piores terremotos de que se tem notícia.
No dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7 na escala Richter (muito forte) atingiu o país. O terremoto foi apenas a a 10km de profundidade, foi superficial e por isso causou maiores danos. Seu epicentro estava a 22km da capital Porto Príncipe, a região de maior concentração populacional.

O resultado foi um desastre de proporções inimagináveis. O terremoto deixou algo em torno de 230 mil mortos, mas nunca saberemos o número exato. Um milhão e meio de pessoas ficaram desabrigadas. Considerando que a população total é de 9 milhões, o número de desabrigados torna-se mais assustador.

Hoje, um ano depois, pouco foi feito: 1 milhão de haitianos ainda vivem em acampamentos provisórios para os desabrigados. As barracas de lona, distribuídas como medida emergencial logo após a tragédia, acabaram se tornando moradia permanente para essas pessoas. Apenas 15% das moradias temporárias (casas de madeira compensada e com forro de plástico corrugado, mais resistentes à chuva e ao vento que as barracas de lona) foram construídas. Menos de 30 mil pessoas conseguiram ser transferidas para casas permanentes. Apenas 5% dos escombros foram removidos nesses 12 meses.

O governo do Haiti calcula que sejam necessários mais de US$ 11 bilhões para a reconstrução. Em uma conferência realizada em março, em Nova York, doadores prometeram US$ 5,3 bilhões para ações de reconstrução nos próximos dois anos. 2,1 bilhões de dólares estavam previstos para 2010, mas menos da metade chegou efetivamente ao Haiti.

No processo de reconstrução e re-assentamento das famílias, uma questão importante surgiu: o acesso à terra, a titulação das propriedades. Muitos documentos foram perdidos. A maior parte das famílias não tinha o título de propriedade da casa onde morava, hoje destruída. Essas famílias têm o direito de ser re-assentadas no mesmo local, pois têm direito (por usucapião) sobre àquele pedaço de chão. Mas, como podem imaginar, isso virou um problema já que maior parte das famílias não pode provar pois perdeu tudo no terremoto. Muitas famílias estão sendo deslocadas para outras áreas.

Existe então uma grande discussão, e um certo impasse. Como reconstruir o país, re-assentar as pessoas, reconstruir casas e dar moradia, sem resolver a questão do direito à terra dessas população? É certo elas serem assentadas em outros lugares contra sua vontade? É certo elas não terem o direito de morar onde moravam antes, onde moraram durante anos? E, é certo gastar as verbas para reconstrução construindo moradia sem resolver a questão do acesso e do direito à terra? A reconstrução não é só levandar paredes, colocar tijolo sobre tijolo. A reconstrução deve passar também pela realização dos direitos de toda a população.

Quando aconteceu o terremoto, me lembro de pensar “meu deus, por que fazer o Haiti passar por isso? O país já não está ferrado o suficiente? Precisa de um terremoto desses?”. Não pareceu nada justo um terremoto dessas proporções se abater sobre o Haiti. Acho que muita gente deve ter sentido isso também.

Algumas pessoas podem pensar que esses desastres naturais, essas tragédias como tsunamis, terremostos, ciclones, tempestades etc, são naturais e que não poderíamos ter feito nada. Mas não é isso. As causas do terremoto são naturais, mas as conseqüências não são.

O impacto de um acontecimento natural depende da vulnerabilidade da região onde ele ocorre. Quanto maior a vulnerabilidade, pior o impacto. E pior também a capacidade de resposta; Um país, um Estado com estruturas e instituições mais sólidas e com uma economia mais forte tem maior capacidade de resposta do que um país com um Estado frágil, situação econômica e política instável.

Nesse aspecto, o terremoto no Haiti tinha mesmo tudo para ser uma das maiores tragédias que a gente já viu. Mas isso não tem nada de natural. Se olharmos para trás, veremos que não é por força da natureza que o Haiti é um país miserável, desestruturado, com uma economia dilacerada e um Estado inoperante.

O Haiti é uma ex-colônia francesa. É a república negra mais antiga do mundo, fundada por escravos libertados após uma revolução que levou à independência em 1804. O Haiti passou a ser temido, pois poderia servir como exemplo aos escravos nas regiões vizinhas. Desde os primeiros anos, sofreu bloqueio quase total tanto pelas nações metropolitanas e americanas independentes. Pela independência, foi obrigado a pagar pesadíssima indenização à França (hoje algo em torno de 2,5 Bilhoes de dólares que levou décadas para ser pago, e as custas de endividamento do pais). Nas décadas seguintes vivenciou diversas intervenções militares dos EUA.

Da segunda metade do Século XIX ao começo do Século XX, 20 governantes sucederam-se no poder. Desses, 16 foram depostos ou assassinados. Os EUA ocuparam e governaram o Haiti pela força de 1915 a 1934. Mas, mesmo apos a desocupação em 1934, os EUA continuariam exercendo grande influência através das ditaduras dos Duvaliers, Papa-Doc e seu filho Baby Doc. Estima-se que 40% da divida externa Haitiana foi contraída durante seus governos.

Depois de mais um período de grande conturbação política, foram realizadas eleições presidenciais livres em dezembro de 1990 e Jean-Bertrand Aristide tornou-se em 1990 o primeiro líder eleito do Haiti, mas foi expulso do país após um golpe militar em 1991. Retornou ao poder com apoio dos Estados Unidos: mas a condição para receber apoio era a abertura do país ao comercio exterior. A tarifa cobrada caiu de 35% para 3%, os fundos do governo desviados do desenvolvimento agrícola para o pagamento da divida. A conseqüência: crise dos agricultores haitianos.

A abertura comercial está destruindo a agricultura haitiana. O Haiti é o terceiro importador de arroz dos Estados Unidos. O arroz norte americano (pesadamente subsidiado) entra com tarifas baixíssimas no país e chega ao mercado local pela metade do preço do arroz nacional, impossibilitando a sobrevivência dos pequenos produtores locais. Em 1987, o Haiti produzia 75% do arroz que consumia. Hoje, 75% do arroz consumido é importado dos EUA. Inacreditável ,né?

Além disso, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e os EUA impuseram sanções econômicas ao país para forçar os militares a permitirem a volta de Aristide ao poder. O elevado número de refugiados haitianos que tentavam ingressar nos EUA fez aumentar a pressão americana pela volta de Aristide. Em maio de 1994, o Conselho de Segurança da ONU decretou bloqueio total ao país. No período de 1994-2000, apesar de avanços como a eleição democrática de dois presidentes, o Haiti viveu mergulhado em crises.

Em 2004, conflitos armados eclodiram em no país, e Aristide deixou o Haiti e Aristide deixou o País em 29 de fevereiro e asilou-se na África do Sul. No mesmo ano, o Conselho de Segurança da ONU aprova uma Missão de Paz, a MINUSTAH, para restabelecer a segurança e garantir a transição até a realização de eleições presidenciais.

A presença da MINUSTAH no país, apesar de muito valorizada e elogiada no Brasil, tem muitas controvérsias. Já houveram denúncias de violência, abuso de poder, civis mortos, bloqueio à assitência médica para civis e socorro às vítimas, estupros e exploração sexual, mulheres executadas enquanto dormiam, e por aí vai.... Um enviado da OAB ao Haiti chama a MINUSTAH de “tropa de ocupação”, que “valida os abusos aos direitos humanos contribuindo para um estado de permanente repressão”.

Acho que já falei aqui sobre o livro da Naomi Klein chamado “A doutrina do choque”. A situação do Haiti me remete a idéia da autora de que crises são oportunidades utilizadas atualmente como pretexto para impor políticas que não podem ser impostas em tempos normais de estabilidade. Países que passam por crises extremas estão desesperados por ajuda, qualquer auxílio financeiro, e portanto não estão numa posição que lhes permita negociar em pé de igualdade .
O Haiti vive uma situação de crise extrema e está vulnerável a esse tipo de política de choque. Só para terem um exemplo, logo após o terremoto a Heritage Foundation (um instituto de pesquisa conservador ligado ao Partido Republicano nos EUA) afirmou em seu site: “Em meio ao sofrimento, a crise no Haiti oferece oportunidades aos Estados Unidos. Além de prover assistência humanitária imediata, os Estados Unidos, em resposta à tragédia, tem a oportunidade de redesenhar o governo e a economia do Haiti, há muito tempo disfuncionais, e melhorar a imagem dos Estados Unidos na região.”

Fica a pergunta: que tipo de reorientação, que novo desenho? E servirá a quem?

Sonhar com terras livres



(coloque para tocar a trilha sonora antes de ler o post) 

Já é dia 12 de janeiro e esse blog ainda não abriu o ano. Eu ando meio sumida das postagens porque esse fim de ano / início de ano foi corrido. Eu tinha, e ainda tenho, algumas coisas para postar por aqui, mas achei que não deveriam ser o primeiro post de 2011. Sei lá... acho que a primeira postagem do ano deveria ser particular, especial.

Pois bem, estava em casa outro dia e finalmente me inspirei com alguma coisa para esse primeiro post. Estava ouvindo o CD Encanteria da Maria Bethânia e um verso de uma música me deu um estalo.

Uma jangada à deriva céu aberto
Leva os corações despertos
A sonhar com terras livres

Essa imagem me fisgou. Fiquei ouvindo a música repetidas vezes, e cada vez mais essa imagem me prendia, me encantava. Essa imagem me transmite uma idéia de futuro a ser construído, de poder de decisão, de autonomia e liberdade, de esperança, de mobilização e ativismo.

A jangada à deriva, esperando ser guiada por alguém. Para onde for, não há limites, é céu aberto. Nossos corações despertos, atentos, ativos, apaixonados, em prontidão, em luta. Sonhando com o que queremos alcançar, construir e ser. Terras livres. Um mundo melhor e mais justo para todos.

Que 2011 seja um ano em que estejamos mais despertos do que nunca, que a gente vislumbre um mundo sem miséria e sem qualquer tipo de opressão ou violência e que juntos tomemos as rédeas do nosso futuro, construindo a realidade sonhada. 

Queridas meninas do Brasil, tenho o maior orgulho de estar com vocês nessa jangada, tentando levá-la para mares melhores. Chegaremos em terras livres, com certeza!

Feliz Ano Novo!

PS: na caixa de som, Maria Bethânia canta Estrela, composição de Vander Lee