
As eleições batem à nossa porta e quando o assunto é discutir política muitos batem com a porta na nossa cara, fecham a porta e não nos deixam entrar, fingem não ter ninguém em casa para não abri-la, enfim, o fato é que no Brasil muitos não querem se abrir para discutir política, ou quando “discutem” não argumentam e ai fica difícil...
Mas estamos aqui para meter o pé na porta e entrar para falar de política. Até mesmo porque em poucos dias vamos escolher um novo presidente para o nosso Brasil varonil.
E como a política é o estranho ato que nos reúne para nos opor. Vamos abrir o debate!! J
Não é segredo para ninguém que eu sou DILMA ROUSSEFF nestas eleições desde criancinha, porque antes de tudo eu ainda sou LULA DA SILVA. Só essa afirmação já é motivo para um monte de queixumes. Mas o fato é que não vejo como ser diferente.
Muitos amigos dizem que não visualizam outra opção senão anular o voto nas eleições 2010. Respeito a decisão de cada um, mas não concordo. Não me vejo numa conjuntura política sem alternativas, pelo contrário, vejo o Brasil e a América Latina vivendo uma conjuntura política bem interessante. Não sei ainda onde esses caminhos darão, mas por enquanto estou gostando de caminhar...
Muito bem, vamos às análises dos nossos candidatos. Podemos dizer que temos três candidatos de destaques, Marina Silva, Dilma Rousseff e José Serra.
Começarei pontuando o meu carinho pela Marina Silva. Gostaria de ter mais um “SILVA” no poder! A Marina tem o meu respeito e simpatia, é boa gente. Foi ministra do Lula e desempenhou um bom trabalho, uma guerreira das causas ambientalistas, estaria incluindo, certamente, uma política de maior sustentabilidade, fato que o Brasil precisa discutir e trabalhar mais. Entretanto, confesso que o fato da Marina ser evangélica deixa-me um pouco preocupada. Calma minha gente! Não tenho nada contra os evangélicos. Nada mesmo! Porém, fico na dúvida de qual seria a sua postura com relação a algumas questões importantes como a liberdade de expressão das religiões afro-descendentes, o homossexualismo, o aborto, dentre outras questões que sabemos que a Igreja dela é contra. Quero deixar claro mais uma vez que não tenho nenhum tipo de preconceito com os evangélicos, tenho inclusive alguns amigos evangélicos muito queridos, mas no caso da Marina, fica a dúvida de até que ponto a sua religião não interferiria em determinadas ações políticas. Apesar de achar que ela teria a lucidez de separa os assuntos. Sendo assim, Marina teria o meu voto se tivesse chances de ganhar.
Como Marina não está no páreo, ficamos com a disputa DILMA X SERRA. E ai meus amigos, começo a ouvir uma série de críticas que muitas vezes causam-me espanto e a razão dessa postagem é justamente abrir as minhas vísceras e não meu coração aos meus caros leitores.
Ouço uma série de argumentos para não votar na Dilma e anular o voto. Porém acho esses argumentos inconsistentes, distorcidos quando não são falsos mesmo!
O primeiro argumento e muito comum por sinal é que no Brasil não há mais diferença entre a direita e a esquerda. Que por o Serra ou a Dilma no poder é a mesma coisa.
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO.
Não dá para falar isso brava gente do meu Brasil!!!
Uma das características da esquerda é ser a posição política que tem como objetivo a diminuição das desigualdades sociais, ou seja, é a luta para se obter uma maior inserção dos desfavorecidos. Os meios para se atingir esses objetivos mudam com o tempo e com a conjuntura política de cada país.
O discurso de que não existe mais uma política de esquerda no país é muito baseado nas coligações políticas que ao longo do governo Lula foram sendo estabelecidas. Concordo que para quem viu Carlos Prestes apoiando o Lula nas eleições no final da década de 80 e olhar agora o Sarney, o mesmo Sarney que jogou nas costas do trabalhador as conseqüências das crises bizarras que o Brasil sofreu na década de 80 no seu governo, apoiando o PT é de dar calafrios. Mas não podemos esquecer que o Brasil tem um sistema político mega complexo, para não se falar mega confuso, e desta forma, exige que vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar. Sei que isso dá uma sensação ruim. Mas no momento não temos alternativa.
Neste contexto, vários amigos ciscam dizendo, “então se é para ganhar as eleições dessa maneira é melhor não ganhar!” Não concordo com isso!
Meu povo, não podemos esquecer que a política é um jogo. Muitas vezes temos que mexer com peças que não são as melhores opções, mas são as alternativas para aquele momento. Sendo assim, temos que ter os olhos abertos, porque se ficarmos criticando as coligações do PT de uma lado de maneira cega, não obserrvamos que do outro lado do tabuleiro temos o Serra com o apoio majoritário da direita e da extrema-direita como ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, André Pucinelli, dentre outros que são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Meus queridos leitores, se avaliarmos toda essa galera do mal que está do outro lado junto com o Serra o José Sarney vira Che Guevara.
E por falar
Outro discurso comum nas críticas sobre a candidatura da Dilma é que as coisas boas do governo Lula começaram no governo FHC. Todo governo herda políticas e programas dos governos anteriores. Sendo assim, o governo Lula deu continuidade ao programa de assistência social do FHC, o Lula unificou, aperfeiçoou e melhorou de uma forma tão superior que discutir que quem deu início foi o FHC torna-se irrelevante. As melhorias sociais desenvolvidas no governo Lula são indiscutivelmente superiores as melhorias estabelecidas nos governos anteriores. Os números dizem tudo! No governo FHC a mobilidade social foi de 2 milhões, no governo Lula 27 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza. O salário mínimo no governo do FHC era de 64 dólares, no governo Lula passou para 290 dólares. A geração de empregos no governo FHC foi de apenas 780 mil, na era Lula foram gerados 12 milhões de novos postos de trabalho. Sem falar no programa Fome Zero, onde o Lula propôs a redução da fome no país e conseguiu. E não conseguiu porque ocorreram ações assistencialistas apenas, a redução foi fruto de uma série de medidas de redução da exclusão social promovidas pelo programa fome zero.
Mesmo assim insistem em dizer que isso não é um governo de esquerda.
Sendo assim, dizer que o governo Lula é uma continuação do governo FHC e que o governo Serra será uma sucessão desse processo é doloroso!
Existem várias outras críticas sobre o governo Lula e a sua sucessora, mas o fato, meus amigos, que devemos pensar com muita atenção é que inevitavelmente a partir de outubro teremos um novo presidente que irá reger a política do Brasil por quatro ou mais anos e por isso, precisamos pensar e atuar de forma consciente.
Darei para vocês duas boas justificativas finais para votarem na Dilma:
1- Se é para ter alguém no poder, que seja escolhido pelo menos aquele que está mais próximo do seu lado de luta e de pensamento.
2- Os jornais, as revistas e a televisão falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra e esse é um outro bom motivo para votar nela e não nele! :)