
quarta-feira, 31 de março de 2010
E você, NADA?

E por falar no tempo...
domingo, 28 de março de 2010
Peça a Nestlé que pare de destruir as florestas da Indonésia para produzir chocolate
sexta-feira, 26 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010
Santo e Orixá

domingo, 21 de março de 2010

As atividades se organizarão como segue:
-Criminalização da Pobreza e Violências Urbanas
Militarização das periferias e bairros populares. Criminalização da pobreza e dos imigrantes. Violências urbanas, em suas múltiplas manifestações. Racismo, machismo e homofobia na cidade. A violência contra as mulheres. Repressão e criminalização dos militantes populares e dos direitos humanos.
- Megaeventos e a Globalização das Cidades
Copa do Mundo, Olimpíadas, exposições internacionais. Impactos de megaeventos internacionais nas cidades, a partir das experiências internacionais e do Rio de Janeiro. Quais são os “legados” e quem são seus beneficiários?
- Justiça Ambiental na Cidade
Meio ambiente, desigualdade e organização do espaço urbano. Saneamento, saúde e meio ambiente. Racismo ambiental. Conflitos ambientais e as lutas de resistência. Mudanças climáticas e as cidades.
- Grandes Projetos Urbanos, Áreas Centrais e Portuárias
“Revitalização” dos centros urbanos e áreas portuárias. Mobilidade. Processos de aburguesamento. Expulsão das populações tradicionais através da violência e através do “mercado”. Grande capital, parcerias público-privadas e a especulação fundiária. Globalização e capitalismo nas cidades.
As atividades do “Fórum Social Urbano” ocorrerão no espaço do Centro Cultural da Ação da Cidadania Contra a Fome, à rua Avenida Barão de Tefé 75, no bairro da Saúde. Trata-se de armazém portuário edificado em 1871, restaurado em 2002, que hoje acolhe eventos políticos, artísticos e culturais
(texto elaborado pelos movimentos sociais que integram a comissão organizadora do FSU)
http://forumsocialurbano.wordpress.com/
terça-feira, 16 de março de 2010
O REI NU...

Prezados meninos e meninas do meu país. Nestes últimos dias estamos envolvidos, principalmente os meninos e meninas daqui do Rio de Janeiro, com as discussões acerca do futuro dos royalties do petróleo do nosso estado.
No meio desse bafafá todo fiquei curiosa em saber o porquê do uso dessa palavra – royalties – e incorporando um espírito a
Pois bem, percebemos que os anos se passaram, muita coisa mudou na história, mas o “REI” permanece no poder reclamando pelo seu ROYAL. E agora é a vez do rei, “Serginho Malvadeza” reclamar pelo seu Royal e dos inúmeros reais que poderá perder o seu reino da Guanabara.
Hoje, o Rio de Janeiro e seus municípios (em especial aqueles que fazem fronteira com a bacia de Campos) são os mais beneficiados com os royalties, já que o estado é o maior produtor de petróleo do país e possui as maiores reservas nacionais do produto. Esses royalties são calculados mensalmente para cada campo produtor e mensalmente esse dinheiro é destinado ao nosso estado e este fato, tornou a economia do Rio de Janeiro altamente dependente desta receita. Daí o motivo de tanto alarde nos últimos dias.
O curioso é percebermos o seguinte. De acordo com o nosso digníssimo rei “Serginho Malvadeza”, a retirada dos royalties do petróleo do RJ, dará um baque nas finanças fluminenses de uma bagatela de nada mais nada menos que R$7,5 bilhões. Segundo o “Malvadeza”, esse dinheiro é destinado para a saúde pública, meio ambiente e aposentadoria.
Agora eu lhes pergunto meus caros leitores: Alguém percebeu esses investimentos na melhoria da qualidade de vida da população e da conservação do meio ambiente? Se alguém viu isso. MOSTRE-ME URGENTEMENTE!!! Pois estou em crise achando que estou vivendo uma cena “saramalesca” de cegueira coletiva.
Acho que é muito evidente que esses recursos estão caindo num caixa dois do governo e sendo usados em qualquer coisa, menos nas melhorias dos setores da saúde pública, previdência e meio ambiente.
Olhando nas entrelinhas desse processo podemos entender um pouco melhor as lágrimas do nosso governador, ops... do REI.
terça-feira, 9 de março de 2010
ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!
Há alguns anos atrás estava em um bar com uns amigos e um senhor passou vendendo rosas. Um dos amigos na mesa comprou uma rosa e me deu de presente "pelo dia de hoje", ele disse. Era o Dia Internacional da Mulher. Imediatamente, um francês que estava com a gente começou a falar que era uma grande besteira existir um Dia Internacional da Mulher, que era apenas mais uma data vazia e sem sentido, uma data que apenas estimulava o consumismo, assim como o dia dos namorados, o dia das crianças, e tantas outras. Fiquei impressionada com tamanha besteira e, claro, não consegui me calar, tendo início então uma longa discussão.
O Dia Internacional da Mulher não é vazio nem desprovido de sentido, e muito menos foi criado com o intuito de estimular o consumismo. Obviamente aquele francês não fazia idéia da origem do Dia Internacional da Mulher e muito menos de sua conotação política. A alusão a um dia da mulher surge dos movimentos de esquerda na virada do século XIX para o XX, por grupos de mulheres que lutavam pelo direito a voto, a educação, a igualdade nas condições de trabalho e o direito a ocupar cargos públicos. Mulheres em diferentes países estabeleceram um dia nacional de luta e mobilização por seus direitos. E foi em 1910, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Trabalhadoras, que Clara Zetkin trouxe a idéia de criar um Dia Internacional da Mulher, para que no mesmo dia em cada país as mulheres se mobilizassem para levar adiante suas demandas. A proposta foi aprovada com unanimidade e assim surgiu o Dia Internacional da Mulher. O reconhecimento dessa data pelas Nações Unidas veio apenas em 1975.
Assim, o Dia Internacional da Mulher nasce em um contexto de mobilização e luta pela conquista e reconhecimento dos direitos da mulher. Ele não existe para homenagear as mulheres, nem para nos lembrar que somos especiais, para ganharmos os parabéns ou recebemos flores e presentes. Não é uma data de celebração. É uma data de luta, de ação política, de mobilização em busca dos direitos.
E a realidade é que ainda falta muito para a plena realização dos direitos das mulheres. As estimativas apontam que um terço (sim, um terço) das mulheres serão estupradas, coagidas ou forçadas a fazer sexo, serão agredidas fisicamente, ou sofrerão algum tipo de abuso físico ou sexual durante sua vida. Na Libéria, 70% das mulheres (sim, 70%) foram estupradas durante a guerra civil. O corpo da mulher virou território de guerra. Saindo do campo da violência e indo para o campo do trabalho: as mulheres são responsáveis pela maior parte da produção de alimentos no mundo, mas na maior parte dos países da América Central, da África e da Ásia elas não tem o direito legal de herdar a terra em que trabalham. O direito à herança é dos homens. Quando a mulher fica viúva, a terra é herdade pela família do marido, e a mulher e os filhos são expulsos da terra em que viviam e de onde tiravam seu sustento. Parece uma realidade muito distante? Bom, é uma realidade existente e que afeta a vida de milhões de mulheres no mundo. Existem muitos outros exemplos de violação ou não reconhecimento dos direitos das mulheres, histórias de opressão, violência e desigualdade.
Agora talvez você se pergunte como a existência de um Dia Internacional pode ajudar a mudar a realidade dessas mulheres. Um Dia Internacional mobilizando mulheres do mundo inteiro em prol de seus direitos pode mudar muita coisa. É um forte gancho político, um espaço que se abre para o diálogo e para as reivindicações. Um momento em que essas mulheres que lutam e se mobilizam vão nos espaços de decisão política e mostram a ainda muito dura realidade em que vivem e apresentam as suas demandas. Mostram o que deve mudar, o que deve ser feito. E isso tem sim um grande impacto.
Aqueles que menosprezam e apequenam a importância de um dia internacional de luta pelo direito das mulheres são aqueles que ajudam a perpetuar a opressão e a desigualdade no mundo. Estão muito confortáveis na maneira em que vivem e não vêem sentido em mudar o status quo. Não vêem sentido em um dia de luta (seja ele qual for), porque no fundo não querem ver essa realidade mudar. Lamento por eles. Mas isso não vai impedir a transformação de acontecer. Nós vamos nos mobilizar hoje e sempre até que um mundo mais justo e igualitário, livre da fome e da pobreza, livre da opressão e da desigualdade seja realidade para todas nós.
Abrindo esse post, um vídeo do movimento Marcha Mundial das Mulheres que esse ano traz a bandeira "mulheres em marcha até que todas sejamos livres". Para aqueles que estão confortáveis na sua posição menosprezando a mobilização social e a capacidade de transformação da realidade, eu encerro dizendo que nos mobilizaremos hoje e sempre até que todas sejamos livres.
OBS: peço desculpas aos leitores, mas não consegui publicar esse post ontem como queria
domingo, 7 de março de 2010
DA LAMA AO CAOS... MAIS UMA VEZ...
sábado, 6 de março de 2010
Entre o enigma de Capitu e o extremo da busca pela racionalidade humana, um meio do caminho...

sexta-feira, 5 de março de 2010
As placas do Apartheid

terça-feira, 2 de março de 2010
PARA ONDE O SAMBA VAI?

segunda-feira, 1 de março de 2010
Faltava eu! Aqui estou!

Amigos e amigas, meninas e meninos, prezados visitantes,
Faltava eu na inauguração desse Fofo-Blog, afinal ele está fofo, não? Pois bem, aqui estou!
Venho trazer-lhes uma inquietação: Sobre meninos (e meninas, claro!), sobre o ato de escrever, sobre despropósitos e sonhos.
Perdoem se esta postagem ficar um pouco longa para um blog, mas o poema é irresistível!
Decidi trazer Manuel de Barros para nosso deleite, pois ele traduz de forma singela e incrivelmente doce algo que, para mim (e acredito que para muita gente) sempre foi tão difícil quanto carregar água numa peneira: escrever! Difícil não só pela forma (a língua portuguesa, em si, já é dificílima!), mas pelo conteúdo, pela maneira como as idéia nos atravessam ao escoarem da cabeça até as mãos... No meu caso, isso sempre foi quase dolorido. Escrever redações, trabalhos, monografia dissertação, uma DOR.
Pensar é mais fácil, falar (quase sempre) mais fácil, mas escrever, ou pior, começar um texto, muito difícil. Descobri esse medo ao perceber que escrever nos coloca em diálogo conosco. Um vazio cheio de nós!
Por isso me vali de uma companhia de peso para ajudar na inspiração e dar coragem nesse meu início de jornada. Como nós fazemos na infância ao chamar um adulto em quem confiamos, ao qual admiramos, se sentimos medo de ir a algum lugar sozinhos...
Aqui no nosso blog espero meditar essa minha relação com a palavra escrita. Espero conseguir sentir, no ato de escrever, essa leveza de uma peneira cheeeeia de água.
Espero, assim como o Menino de Manuel de Barros, ser mais ligada em sonhos, ainda que sejam despropósitos; gostar mais dos vazios, justamente por serem infinitamente cheios de nós!
O menino que carregava água na peneira
Manoel de Barros
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio. Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos.