TRABALHO, TRABAJO, TRAVAIL, TRAVAGLIO,... TORTURA!

Caros meninos e meninas do meu Brasil!!

Hoje é o dia do trabalhador! E acordei com a seguinte inadagação: O que devemos comemorar?

Não dá nem como comemorar o feriado, já que o nosso dia caiu num SÁBADO! Ô SORTE!

Junto com esses pensamentos lembrei-me de um caso lido há algumas semanas atrás e resolvi escrever este texto.

O dia do trabalahdor surge como uma homenagem aos mortos e feridos que lutaram pela redução da carga horária de trabalho para oito horas numa manifestação realizada em Chicago nos EUA em 1886. Após essa manifestação a Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar uma manifestação todo ano para reivindicar as 8 horas de trabalho diárias e escolheu como data o 1° de maio.

Os trabalhadores ganharam essa luta e o 1° de maio tornou-se o nosso dia!

Anos depois outros direitos foram adquiridos e atualmente vemos uma perda gradual desses direitos.

Desde que o homem passou a ter um certo grau de organização em sociedade, passou a existir a exploração. De uma maneira geral, essa exploração se deu através da utilização do trabalho alheio para obtenção de benefícios, através da exploração do trabalho de outros grupos o homem começou a "se dar bem" e em seguida passou a "se dar melhor ainda" com a acumulação de riquezas.

Não é por acaso que a etimologia da palavra trabalho vem de tortura!

Com o surgimento do capitalismo a palavra EXPLORAÇÃO virou palavra de ordem das dinâmicas desta sociedade. Os donos dos meios de produção exploram os recursos naturais e principalmente os seus TRABALHADORES.

Sendo assim, o sistema capitalista explora o trabalho de outras pessoas para benefício próprio, ou seja, oprime outro ser humano, fazendo dele um objeto para a sua satisfação e o seu lucro.

Muitas vezes essa exploração se dá com pessoas muito frágeis que não apresentam formas de resistências a ação exploratória exercida sobre ela. Neste sentido, inúmeras vezes nos deparamos com ações capitalistas moralmente condenáveis, onde o ser humano é tratado como coisa através de uma exploração perversa.

Outras vezes essa exploração ocorre em “doses homeopáticas”, para não percebermos e não causarmos rebuliços.

Um dos exemplos que venho citar como mais uma notícia dessa exploração perversa do capitalismo é o caso das lojas Marisas!

A MARISA, uma das maiores lojas de roupas femininas do país, utiliza na sua cadeia produtiva do setor de confecções trabalho escravo de imigrantes.

Foi no sobrado da Igreja Boas Novas de ALEGRIA que os fiscais da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo, descobriram a TRISTEZA de costureiras bolivianas e de um jovem peruano que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

Nenhuma das operárias tinha carteira de trabalho assinada e foram encontradas anotações que remetem a cobranças ilegais de passagens da Bolívia para o Brasil e cobranças de “taxas” de documentos, que segundo a fiscalização, consiste em fortes indícios de tráfico de pessoas.

As trabalhadoras apresentavam doenças de pele, distúrbios respiratórios, problemas ergonômicos, além de condições psicosociais indesejáveis, por causa do medo constante.

Perante a denúncia é óbvio que a “D. Marisa” negou todas as acusações, sob a alegação de não ter como controlar as contratações efetuadas pelas suas empresas terceirizadas.

Agora eu vos pergunto, “de mulher pra mulher”, você acredita nisso?

Não tem como acreditar que uma empresa deste porte, que teve uma receita líquida em 2009 de R$1,5 bilhões e que deve abrir mais 39 lojas em 2010, não tenha controle sobre as contratações de suas prestadoras de serviços. Isso é um erro PRIMÁRIO!!

Esse “erro” não pode ser aceito!

Ações como essas não deveriam passar de forma impune. Entretanto, essa passará como inúmeras outras já passaram... É triste assistirmos isso!!

Outra ação que gostria de denunciar é o que estão fazendo com a minha classe de trabalhadores – OS PROEFESSORES!

Se já não bastasse o fato dos professores não serem valorizados e respeitados neste país, estão querendo extrair uma série de direitos adquiridos, como o direito de termos os nossos filhos matriculados gratuitamente nas escolas particulares que trabalhamos, a estabilidade de dois anos quando nos aproximamos da nossa aposentadoria, a estabilidade de 90 dias para as mulheres após a sua licença maternidade e outras cositas mais...

Tudo isso, quase não é divulgado e o pior, poucos são os professores que se mobilizam para lutar pelos seus direitos. Muitos dos nossos sindicatos são mal organizados, não temos força de luta! Afinal, greve de professores prejudica quem? Trabalhamos em dez mil lugares e chegamos exaustos em casa! Como fazer política? Pra que fazer política? É o que muitos pensam... E não os condeno por isso, pois sei que a vida de muitos professores é árdua mesmo! Além disso, o sistema que vivemos não nos deixa espaço para pensarmos, não nos deixa espaço pra nos organizarmos, até mesmo porque "eles" sabem que se nos organizarmos podemos desorganizar!

E assim meus amigos somos esmagados por esta engranagem do poder...

E assim somos aos poucos engolidos por este sistema perverso!

Mas mesmo assim, acredito em mudanças...

Mesmo assim, não deixei, AINDA, de acreditar na capacidade transformadora dos homens...

Mesmo assim, AINDA, acredito na capacidade transformadora da EDUCAÇÃO, não como o elemento único de transformação de uma sociedade, mas como um elemento essencial de criarmos ser humanos melhores!

É por isso que tenho ORGULHO de ser EDUCADORA!

Bom dia do trabalho companheiros!