Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Celulose ou MegaByte?

Celulose ou MegaByte? Livros impressos no papel ou livros em arquivos para leitores digitais? Essa dicotomia está esquentando o debate, e gerando muita polêmica, entre bibliófilos, leitores, editoras, livrarias e, claro, os fabricantes dos leitores digitais.
A existência de versões digitais para livros, revistas, jornais e publicações traz inúmeras vantagens. A maior delas é, sem dúvida, a praticidade. O que seriam quilos e quilos de papel podem caber em apenas um aparelho menor do que um livro comum. Para aqueles que, com frequência, precisam consultar muitas referências, ler muitos livros e artigos, é um alívio. Em casa ou no trabalho, podemos espalhar todos os exemplares na mesa. Mas se precisamos levar o material para algum outro lugar, se vamos viajar... aí já viu, né?
Além da praticidade, os livros digitais trazem a possibilidade de obter títulos esgotados ou raros sem ter que esperar por uma reimpressão, que em geral é muito cara e acaba não compensando para a maioria das editoras. Quem é do meio acadêmico sabe disso. Quantos títulos e autores precisamos ler na faculdade e não conseguimos os livros? Fazer uma versão eletrônica de um título já existente tem praticamente custo zero para a editora, e pode significar acesso a títulos que antes eram quase impossíveis.
O preço poderia ser outra vantagem, mas ainda não é. Os leitores disponíveis no mercado (como o Kindle, da Amazon, e o Ipad, da Apple) são muito caros e os preços dos livros digitais também. Recentemente, uma disputa pelo mercado de leitores levantou essa questão. A Amazon estabelece preços mais baixos para os livros digitais, deixando muitas editoras descontentes. A Apple negociou preços mais altos para os e-books, satisfazendo editoras mas prejudicando o bolso do consumidor, e assim começou uma grande disputa por mercados. Para se tornarem uma vantagem econômica para os consumidores e popularizarem o acesso aos livros, os valores deveriam baixar, e muito!
Mas não acho que os e-books vão substituir os livros impressos. Existe algo na experiência de leitura de um livro que é único e insubstituível. Um livro é um objeto que se lê. E já teve muitos formatos. Cada um deles proporciona uma experiência diferente. Os e-books proporcionam uma experiência sempre no mesmo suporte, o leitor digital. Os livros impressos vêm formatos, tamanhos, cores, texturas e até cheiros diferentes. A experiência de segurar um livro, sentir seu peso, alisar sua capa, folhear suas páginas e sentir o cheiro do papel é diferente para cada exemplar. Quem admira livros sabe do que estou falando.
Não sou a favor do consumismo desenfreado e isso se aplica aos livros. Não há necessidade de termos todos os livros que um dia lemos ou iremos ler. Mas acho que podemos ter uma biblioteca pessoal, por que não? Os livros de estudo, de consulta, devem estar guardados ao nosso alcance. Aqueles de poesia ou de literatura que são especiais, que nos marcaram, ou aos quais volta e meia recorremos para uma releitura, também. Esses são aqueles que devem estar ali na estante, em versão impressa, porque nos proporcionam uma experiência pessoal e íntima. O resto, se veio em versão impressa, pode ser passado adiante. Ou pode vir em formato digital.
Os e-books vieram para facilitar a vida de alguns leitores e consumidores, mas nunca vão substituir os livros impressos.
E vocês, o que acham?
Imagem que abre o post:"Young man reading by candlelight" de Matthias Stom (1600/50)

8 comentários:

Dani disse...

AAaiii...jamais deixarei de comprar meus livros queridos. Amo cada um deles, morro de ciúmes, adoro vê-los na estante bem arrumadinhos e ganhandos mais alguns amiguinhos pra se juntar a eles.
Acredito que os e-books realmente facilitem a vida de alguns leitores, principalmente os que necessitam diariamente consultar livros como os profissionais da área jurídica.
Mas eu quero demorar o maior tempo possível para precisar desse recurso.
Já pensou o livros sumindo? Deus me livreee!! rsrsr

Bjos!

Patricia disse...

É meu povo...
Confesso que apesar de concordar com a Rê estou trabalhando a minha intimidade com o e-book.
O Tarek comprou um e o negócio é genial. Economiza-se muito e é possível passear por ai com uma biblioteca na bolsa!
Entretanto...
Também adoro a sensação dos livros.
Adoro uma capa bem elaborada.
Adoro aquela expectativa de ver o livro acabando.
Adoro os marcadores de páginas.
Enfim, adoro essa intimidade com o objeto "livro".
Mas, não consigo ignorar as facilidades do e-book e a importância desse recurso digital para a redução do consumo de papel no planeta.
Sou adepta de uma sociedade mais sustentável e faço um esforço constante para mudar os meus hábitos em prol dessa ideia e um dos esforços que estou tendo é o de criar um casamento, quase forçado, com o e-book.
Não sei se será um casamento duradouro, mas estou na tentativa!
Afinal, para mudarmos algumas coisas no mundo, precisamos também mudarmos algumas coisas nossas...

Anônimo disse...

Também estive com o e-book nas mãos e... não é que o negócio não é nenhum monstro!!
Não incomoda como a luminosidade do monitor. É bem bom de ler...
E acho que essa coisa da economia de papel é um bom argumento, sim... Tem tanta coisa para mudar no mundo ainda, né... mas temos que começar por nós! Tá certo, Paty!

P.S.Desculpem o meu sumiço! O Trabalho me soterra no momento e, para completar, estou de mudança...

Renata disse...

Sem dúvida, é genial poder carregar uma super biblioteca na bolsa. Uma praticidade única e o meio ambiente agradece!
É isso mesmo, meninas, devemos começar pela mudança em nosso cotidiano.
Como disse Gandhi, "Seja você a mudança quer quer ver no mundo".
Mas, olha, continuo uma fã incondicional dos livros em papel... Vcs viram a edição de "Alice" que a Cosac&Naify fez? Imperdível...

Dani disse...

Rê, Pati e Tati... eu sei que vocês estão certas quando o assunto é a preservação do planeta, menos consumo de papel, menos poluição...
Acreditem que faço o possível pra colaborar com nosso planeta no que posso. Com consumo consciente de água, coleta seletiva de lixo, evito o uso de descartáveis... enfim...

Mas sooofro em pensar que os livros podem desaparecer.


Vocês me perdoam?? Ainda posso frenquentar o blog? =/


Bjos meninas! Vcs são realmente incríveis. Adorei o post!

=*

Anônimo disse...

É CLARO que os livros não vão desaparecer!! Eles são um tesouro para sempre.
Você é sempre muito bem vinda com todas as suas opiniões, Dani! Fique à vontade!

Fidel disse...

Livros!!!!! Adoro ver uma árvore virar livro.

Anônimo disse...

É... analisando por esse ponto de vista, se o fim é inevitável o melhor destino da árvore é virar livro, mesmo...
Melhor do que virar encarte do CD da banda Calipso ou do Padre Fábio de Melo... HAHAHAHA