Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O prefeito que apóia as milícias

Vejam abaixo a declaração de Eduardo Paes. Segundo ele, a "Polícia Mineira" (as milícias, para quem não conhece o jargão) trouxe tranquilidade para a população do Rio de Janeiro.


Segundo ele, as milícias são uma ótima forma do Estado recuperar sua soberania.

A declaração foi feita em 2006, mas não devemos nos esquecer do passado dos políticos. Precisamos guardar bem vivo na memória os valores, crenças e posturas dos nossos governantes.
Quando aquele que deveria lutar pelos direitos do cidadão defende aqueles que mais ameaçam a população, aqueles que são a expressão mais atual da violência e da repressão, o que pode ser feito?

domingo, 16 de outubro de 2011

Um mundo que precisa mudar

(foto tirada em Fevereiro de 2008 no Malawi)

Hoje, dia 16 de outubro, é o Dia Mundial da Alimentação. Vou aproveitar a data para denunciar a violação do direito humano à alimentação apresentando alguns dados, assustadores, sobre a situação de fome e desnutrição.

Hoje, 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome.

A cada 3,6 segundos uma pessoa morre de fome. Normalmente é uma criança com menos de 5 anos.

Metade das mulheres grávidas no mundo em desenvolvimento é anêmica. A falta de ferro causa mais de 300.000 mortes durante o nascimento da criança a cada ano.

A desnutrição causa, a cada ano,  a morte de 5 milhões de crianças com idades baixo dos 5 anos nos países em desenvolvimento.

Um mundo com esses números é um mundo que tem que mudar.

A fome não é um problema individual ou privado. Suas causas não são naturais. A pobreza e a fome são resultado das relações sociais no âmbito do capitalismo, relações desiguais que promovem injustiça e desigualdade.

Precisamos, todos, lutar coletivamente por relações sociais igualitárias e por um mundo mais justo e democrático. Pense no que você pode fazer para mudar esse quadro de fome, pobreza e injustiça, e coloque em prática.

Se queremos um futuro diferente, precisamos agir no presente.

Faça algo agora: assine aqui uma petição exigindo dos governos que regulem o mercado de alimentos, impedindo a especulação e a alta de preços.

Mais informações sobre a campanha "Não apostem com a nossa comida" acessem o link.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A negligência que mata: a vida e a morte dos mesmos de sempre

O remédio para Doença de Chagas é produzido por um único país no mundo: o Brasil. A responsabilidade foi assumida pelo governo brasileiro com a população mundial, em uma das ações estratégicas para reforçar a liderança do país no continente e sua vocação de potência emergente. Na semana passada, a organização internacional humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou que, por negligência, o Ministério da Saúde do Brasil atrasou a remessa de remédios, colocando em risco a vida de milhares de pacientes e paralisando os projetos de combate à doença.

A denúncia passou quase despercebida. Ganhou muito menos destaque na imprensa do que sua relevância exigiria, numa semana em que o grande tema midiático da saúde foi a proibição dos inibidores de apetite pela Anvisa. Levanto a questão porque a invisibilidade é, de fato, o que tem matado milhões de pessoas no mundo inteiro, vítimas das chamadas “doenças negligenciadas”, como Chagas. E o que são doenças negligenciadas? São aquelas que a indústria farmacêutica não tem interesse em pesquisar a cura porque atingem a parcela mais pobre dos países mais miseráveis do mundo. Ou seja: seu tratamento não dá dinheiro. E são aquelas que parte da imprensa opta por deixar para o canto da página ou para página nenhuma porque não atingem as pessoas que compram jornais. E é assim que parte da população mundial – sempre a mesma parte – morre: porque a vida de uns vale menos que a de outros. E nós todos somos cúmplices dessa lógica quando viramos a página porque a notícia não diz respeito ao nosso umbigo. Notícia, como sabemos, não tem natureza. “O quê” e “quem é notícia” são escolhas políticas e socioeconômicas com consequências na vida de todos, mas principalmente na vida dos mesmos de sempre.

Trecho do texto "A negligência que mata" de Eliane Brum publicado aqui.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que Copa e Olimpíadas fazem pelas cidades?

“Bilhões de dólares foram gastos em estádios e outras obras, mas nós permanecemos em barracos sem energia. Eles pediram para a gente “sentir a Copa” [expressão usada no slogan oficial do evento], mas nós não sentimos nada além da dor da pobreza piorada pela dor da repressão. O dinheiro que deveria ser gasto urbanizando as comunidades mais pobres foi desperdiçado. A Copa do Mundo vai terminar no domingo e nós ainda seremos pobres.”

Essa foi a fala do Landless People Movement da África do Sul durante a Copa do Mundo de 2010. Reflete o sentimento de muitos sul-africanos em relação ao evento.
Eu estive na África do Sul alguns meses antes do início da Copa. Encontrei um país em obras e muita gente reclamando. Mas, quando os jogos começam, os problemas costumam ser esquecidos. Passada a euforia do momento, começam as discussões sobre os impactos do evento, o uso dos recursos, quem se beneficiou realmente… e por aí vai.
Essa discussão não termina, porque acaba emendando nas discussões daqueles que já estão preocupados com o futuro das suas cidades que serão sede das próximas Copas e Olimpíadas. Já existem muitas informações disponíveis e que merecem atenção.
Em 2010, as Nações Unidas lançaram um relatório sobre o impacto das Olimpíadas nas cidades-sede. Os números são chocantes. Seul (1988): 15% da população foi desalojada, 48 mil edifícios foram destruídos. Pequim (2008): Um milhão e meio de pessoas foram removidas. Atlanta (1996): 15 mil pessoas removidas. E essas remoções e despejos, na maior parte das vezes, foram feitos de forma violenta e desrespeitando direitos básicos da população.
Além do impacto direto das obras e de como elas são feitas, também há o ponto importante de quem realmente se beneficia com a realização destes eventos. Na África do Sul, por exemplo, muitos homens e mulheres artesãos, comerciantes, vendedores, trabalhadores, etc, acreditaram que poderiam se beneficiar e aumentar um pouco sua renda durante os jogos. Mas não foi assim. Os pequenos comerciantes e artesãos não tiveram acesso aos estádios e arredores. Um perímetro de exclusividade foi criado ao redor dos estádios. Ali, apenas as grandes redes e marcas poderiam comercializar seus produtos. Resultado: quem lucrou foram as grandes empresas, não os sul africanos.
E falando em estádio… hoje, apenas um ano depois da Copa, já se discute na África do Sul a demolição de alguns dos estádios construídos. O custo da manutenção é alto demais, não justifica manter o “elefante branco” em pé.
E o que falar dos gastos? A Copa da África do Sul acabou custando 17 vezes mais do que o previsto inicialmente. Cidades que foram sede de mega eventos se endividaram além de suas capacidades e passaram muitos anos pagando a conta. È o caso de Atenas (2004) e Montreal (1976) que sediaram os Jogos Olímpicos.
Quanto mais investigamos, mais vemos cenários desanimadores. Mas, como disse o cientista político Antonio Gramsci, não devemos ficar apenas no pessimismo da razão. Devemos ter o otimismo da vontade.
O otimismo da minha vontade diz que é possível trilhar outros caminhos em que a realização de megaeventos esportivos promova inclusão social, gere renda e diminua desigualdades. Mas o caminho que leva a esse legado é o caminho da participação popular, da transparência, do controle social sobre as políticas e uso de recursos públicos.
O Brasil e o Rio de Janeiro podem aprender muito com outras experiências e escolher um caminho melhor para a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.

Texto publicado originalmente no dia 01 de Outubro no blog Mulher 7 por 7

Medindo o "basta" - 2

Mais um momento de monitoramento dos avanços desde o pronunciamento do "Basta!".

Peso: 78,7kg
Percentual de gordura: 33,7%

Balanço até o momento: menos 5,7kg e 5,3% de gordura.

A ansiedade e o desespero já passaram. O mais difícil tem sido resistir às tentações diárias que cismam em aparecer no trabalho, na casa dos amigos, na casa da mãe... É um grande teste de resistência e autocontrole. Mas, às vezes, não tem jeito. Estamos cansados demais para resistir.

Outra dificuldade encontrada: manter a dieta durante viagens. É difícil seguir horários e regras de alimentação viajando. Isso pode se transformar numa grande dificuldade para mim considerando a quantidade de viagens que faço. Mas nada que desanime, o importante é continuar, mesmo dando umas derrapadas por aí.

E a batalha continua!