Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

POLÍCIA É PARA QUEM PRECISA!

Muito me entristece chegar à casa, depois de um longo e tenso dia de trabalho, entrar na internet para ler as notícias e me deparar com um enorme grupo de "pessoas" nas redes sociais apoiando uma campanha dessa!
Tenho que fazer minhas, as palavras do Capitão Nascimento: "Que sociedade é essa que estou deixando para o meu filho?"
Que sociedade é essa que acredita que a solução do problema da criminalidade no RJ é largar o aço?
Hoje foi um dia para se perceber, ainda mais, como os valores tornam-se banais para as pessoas de uma maneira muito simples...
Qual o valor da vida?
Qual o valor do ser humano?
Qual o valor da nossa consciência?
Para muitos, nenhum...

10 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Sobre esse assunto vale a pena ler o texto:

A Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crime
Dr. José Cláudio Souza Alves
Sociólogo, Porfessor da UFRRJ - Seropédica, RJ - 25/11/2010.

Mandei para As Meninas e alguns dos nossos fiéis leitores... É bastante esclarecedor a esse respeito.

Concordo com a Paty. A solução definitivamente NÃO é "largar o aço" E o "buraco é muito mais embaixo".

Segue im tiragosto do texto. Beijos!

"A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado finaneiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem."

Henri disse...

Tati, o texto é muito bom! Esclarecedor!

Renata disse...

É meninas, é duro mesmo, mas infelizmente a realidade da mentalidade de muita gente é essa mesmo.
Vi um reporter na televisão, na maior tranquilidade, perguntando por que afinal a polícia não tinha atirado para matar aquele bando fugindo para o Complexo do Alemão. A resposta do advogado criminalista foi ótima: "Olha, não existe pena de morte no Brasil. A polícia não pode fazer isso. Eu prefiro ver esses duzentos fugindo, do que 20 sendo executados."
A lógica está toda errada... Vc tem pobreza? Acaba com os pobres, liga as trompas, distribui anticoncepcional... Vc tem crime? Mata os criminosos.
Mas, em nenhum momento se questiona que realidade é essa que gera desigualdade e pobreza. Que realidade é essa que gera tráfico de drogas, de armas, lavagem de dinheiro, todo o tipo de serviços ilegais e... finalmente todo o tipo de criminosos. Afinal, aqueles ali correndo da Vila Cruzeiro são apenas um pequeno grupo... E os outros que estão sentados em seus iates e mansões? E aquele que está na assembléia legislativa ou no congresso? E aquele que deixa passar o que for pela fronteira?
E a mídia... cada dia pior. Faz questão de chamar de guerra, o que não é guerra. Por que? Primeiro, porque isso dá IBOPE, claro. Mas, acima de tudo, pra legitimar ações ilegais e inaceitáveis. Afinal, o que se faz em guerra, não se faz em tempos de paz contra civis. Classificar como guerra o que está havendo, vai legitimar muita barbaridade. E quanto mais as pessoas tiverem medo, pânico, mais elas vão apoiar esse tipo de ação e extermínio.

Wagner Montes disse...

Tem é que largar o dedo nesses vagabundos!!!!!!!!!!

Patricia disse...

Hahaha...
Wagner Montes...
Isso é coisa do Fidel!!
Faltou o ESCRAAAAAAAAAAAACHHAAAAAAAA!

Ana Lúcia Rabello disse...

Há anos todos compartilham da idéia que o tráfico ocupou espaços os quais foram abandonados pelo poder público. Há anos todos sabem como drogas e armas entram na nossa cidade. Há anos temos políticos que empurram com a barriga o imediatismo solucionático (relembrando Odorico Paraguaçu) de um dos mais graves dramas da nossa sociedade.Hj outros atores, num novo contexto que incluem interesses internacionais, pois vem aí Olimpíadas e Copa do Mundo, mas que pertencem aos mesmos partidos que entram e saem do cenário de poder posam de SALVADORES. Com bonitos discursos ufanistas e maniqueístas. O povo, já maltratado (bem feito quem manda votar errado!!!), aderem às ações que deverão nos salvar da calamidade pública.
Mas ninguém reflete que essas baratas, vermes, ratos, demônios são nossos produtos. Produto de uma sociedade que não olha para o próximo, mas que vive imerso com seus próprios problemas e projetos.
" O que eu tenho a ver com o FDP que mora mal, lá na favela, na casa do caixa prego"?
Responsabilidade social, já ouviu falar? Quando se compra produtos piratas, dá um teco inocente, diz amém aos políticos corruptos e fecha os olhos à corrupção policial e de outras instâncias, VC se torna cúmplice de toda essa situação.

Fidel disse...

Seg, 29 Nov, 07h53
As batidas policiais realizadas em domicílios do Complexo do Alemão desde ontem provocaram revolta de muitos moradores que tiveram portas arrombadas, objetos pessoais revirados e foram vítimas de saques. Sem mandados de busca para as 30 mil residências do conjunto de favelas da zona norte do Rio de Janeiro, a polícia alegou que só procuraria armas, drogas e criminosos em locais onde sua entrada fosse autorizada, mas parte da população denunciou a invasão indiscriminada pelas forças de segurança.

Moradores que deixaram as favelas devido aos tiroteios contam que voltaram para casa e perceberam que haviam tido pertences roubados. Testemunhas relatam que ladrões aproveitaram o arrombamento das portas feito pela polícia para invadir as casas.

A Constituição proíbe a entrada em qualquer domicílio sem autorização do morador ou mandado judicial, exceto em caso de flagrante delito. A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ) informou que acompanha as operações no Complexo do Alemão com o objetivo de evitar excessos das autoridades policiais, e cobrou o cumprimento da lei nas buscas realizadas nas casas.

"De fato, esta é uma situação de crise, em que criminosos podem estar escondidos em residências, mas a lei tem de ser respeitada", afirmou o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous. "Apoiamos a operação, mas ela deve ser feita, em todos os momentos, dentro do que manda a Constituição e a lei."

Patricia disse...

A operação no Complexo do Alemão serviu, dentre outras coisas, para percebermos que o Brasil é um país sem lei! A Constituição não tem a menor valia, quando determinados interesses estão em jogo. A inconstitucionalidade desta operação, teve início com a entrada de tanques em áreas civis sem estarmos num estado de guerra declarado pelo Estado. Isso também foi contra a constituição e a maioria das pessoas acha normal!
Complicada toda essa história!!
Estou muito envergonhada com a postura de boa parte do povo brasileiro.

Cidadão de Bem disse...

Eu gostei de ver vagabundo correndo. Tinha que ter largado o dedo dos helicópteros para encher vagabundo de azeitona quente.