Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

sábado, 13 de novembro de 2010

TROPA DE ELITE 2: Osso duro de roer!


Finalmente, depois de longas e tenebrosas tentativas mal sucedidas, consegui ver o filme Tropa de Elite 2 e sai do cinema com uma forte sensação que poderia ter ficado sem vê-lo.
Sinto-me na contramão da opinião. Todas as pessoas que assistiram o filme comentaram que era melhor que o Tropa de Elite 1, que o filme era sensacional, imperdível, etc e tal. Será que as pessoas entenderam o Tropa de Elite 1? Será que eu sou anormal? Será que eu não entendi o Tropa de Elite 2? Talvez. Mas, por enquanto, quanto mais penso no filme, menos gosto dele e cada vez o considero pior.
Muitas pessoas pontuam que o filme aborda muito bem a questão da formação das milícias. Concordo com esse ponto, até a página 60. O filme deixou de abordar questões interessantes sobre a atuação das milícias nas favelas, como o fato de muitos moradores, a priori, apoiarem os milicianos. Esse fato é interessante, porque mostra a imensa fragilidade da atuação do estado com as populações menos favorecidas. Além disso, a milícia não foi o fio condutor desse filme e sim o Nascimento e isso o enfraqueceu!
O filme também comete um outro pecado, deixa subentendido, ou melhor, deixa bem claro na narrativa do Wagner Moura, que o deputado Fraga (que representa a figura do deputado federal Marcelo Freixo), era mais um que queria se dar bem na política com o seu papel de “o defensor dos direitos humanos”. Achei isso uma falta de respeito com o trabalho do Freixo e confesso que não entendi como ele deixou isso ir para as telas dessa forma, tendo em vista que ele foi um dos colaboradores do roteiro desse filme.
Um outro comentário que está sendo muito comum é que este filme superou o primeiro, porque o roteiro é mais abrangente. E desde quando isso é pré requisito de qualidade para um filme? Justamente por esse roteiro ser mais abrangente é que o torna muito mais fraco! O roteiro quis abraçar o mundo com as pernas e faltou perna para completar esse abraço. E eu confesso que sai carente da sessão! J Ele quis abordar o problema penitenciário, a formação das milícias, o envolvimento de lideranças políticas locais com as milícias que acabam formando a polícia que merecem, o envolvimento da corrupção do planalto central neste contexto e como a cereja do sundae, ainda quis abordar as crises existenciais e morais do Capitão, agora Coronel Nascimento. Tudo isso regado por um enredo muito menos audacioso e por isso, bem menos interessante.
Foi um filme muito limpo, esteticamente mais bonito, mas que não gera o incomodo que gerou o primeiro. Afinal a culpa de tudo são dos políticos e tudo será resolvido no final com a Justiça, como se essa fosse limpa e efetivamente justa neste nosso Brasil varonil.
Li uma crítica muito interessante na Carta Capital do Orlando Margarido que vale a pena conferir (http://www.cartacapital.com.br/cultura/um-heroi-classe-media). Fiquei muito aliviada ao lê-lo, porque não me senti tão só neste reinado de louvores ao Tropa de Elite 2. O nome do seu artigo é “Um herói classe média”. Acertou em cheio! E por isso entendo melhor a aceitação quase unânime desse filme.
O Tropa de Elite 1 era muito pontual e preciso em seu objetivo. Queria trazer à tona a discussão de que as classes médias e altas têm co-participação no desenvolvimento do tráfico e da violência em nossa cidade e que essas mesmas classes sociais que financiam o tráfico, “criam” e apóiam o BOPE, ou seja, uma máquina de matar os “inimigos” que elas mesmas ajudaram a formar e crescer. Saímos do Tropa de Elite 1 com uma certa angústia: “Que sociedade é essa que vivemos?” “Que legado é esse que deixaremos para os nossos filhos?”
O Tropa de Elite 2 não trás essa angústia, apresenta uma fragilidade dramática muito grande, pontua apenas fatos já conhecidos da nossa cidade, de maneira didática, sem acrescentar muita coisa, porque não trás análises é apenas um filme de opinião e nada mais. Não tem o brilhantismo do Tropa de Elite I
Finalizo o meu humilde texto, dizendo que prefiro muito mais o Capitão Nascimento fascista, visceral e autêntico do Tropa de Elite 1, que era um tapa na cara da sociedade, do que esse Coronel Nascimento fofo, que dá vontade de levar pra casa e dar colinho, mas que é muito vazio!
A atuação do Wagner Moura foi fenomenal, mas o perfil desse novo Nascimento e o roteiro do Tropa de Elite II não dão para aturar. Sendo assim, Sr. Sub-Secretário de Inteligência Nascimento: PEDE PRA SAIR E NÃO VOLTA!

39 comentários:

Felipe disse...

Paty, querida....vc mexeu com um assunto que me mobilizou bastante por esses tempos. Quis fazer uma resposta e ficou meio longa. Mas vai lá. Ela foi feita na ordem das suas colocações. Vamos lá.

Como assim não abordou o apoio da comunidade com as milícias? O que foi aquela cena do churrasco na favela chamado pela milícia e que tinha os candidatos a governador e deputado foram tb “comer uma carninha”. Ali foi evidente pra mim o poder de mobilização que as milícias tem naqueles locais. Assim como os traficantes tinham tb.

Outra: o filme foi narrado pelos olhos do Nascimento como você disse. Inicialmente carregado de ironia contra “a balela dos direitos humanos”. A cabeça do Nascimento é assim (ou era)... alem do que o cara pegou a mulher dele ne ... vamu combinar! Ali os sentimentos se confundiam. O que eu achei legal no filme é que ele redime o já tão esculachado discurso dos direitos humanos. Coloca o Fraga no seu lugar. No final, o Nascimento descobre que quem tem razão, quem já tinha sacado a questão das milícias, era o Fraga. Mostrou ali que se ele tivesse olhado com outros olhos para o Fraga (os direitos humanos) antes, talvez ele tinha acordado antes. E outra: a principio “nada” do filme tem referencia a personagens reais. E se o Fraga é inspirado no Freixo (não o conheço) e esse ajudou a fazer o filme, então beleza. Da ainda mais credibilidade ao filme.

Outra: o filme não quis falar do sistema carcerário. Aquilo foi um mote, o momento que mostra o Nascimento “caindo pra cima”. Então não tem a intenção de falar de cadeia. Sobre o envolvimento do Planalto Central foi no final, não foi explorado no filme. Quis apenas jogar uma inquietação. Os outros objetivos que vc coloca ele mostra, ao meu ver, muito bem e com choques de realidade.

Paty, não é que a Justiça vá resolver tudo. Mas pelo menos o filme mostra que, quando a gente é levado a pensar que o Nascimento iria arrepiar geral como fazia no Tropa 1, ele optou por um caminho legal pra tentar resolver o problema: foi depor na CPI. Se CPI não resolve, é outro assunto. Mas ali ele deixa claro que a violência pela violência, tb não resolve. O que temos que pensar talvez é que o que tem que funcionar direito nesse pais é a justiça, e não a violência.

Paty, vc me desculpa, mas tudo o que foi mostrado no filme não é claro na sociedade não. Ainda mais quando ele se esforça em mostrar como se constrói essa “realidade que conhecemos”. E isso choca não é só a classe media não (a gente no caso). Tem gente pobre que não vive essa realidade ai e ficou sim chocada com tudo isso. Talvez o herói que a tal classe-media-que-a-gente-enxerga-como-se-não-fosse-nos quer mesmo é o Nascimento do Tropa 1, onde é olho por olho, dente por dente. Esse Nascimento ai que acredita na justiça....sei não viu. Pra mim parece até que tem mais a nossa (humanistas de formação) cara.

O Nascimento não eh o Rambo Paty. E é claro, por favor ne, que vc não prefere aquele Nascimento do Tropa 1. ... os Bolsonaros adoram esse também! hehehe

Patricia disse...

EU SABIA QUE IA TOMAR PORRADA!!!
Hehehehe...
Mas vamos lá...
Lipe, meu querido, acho que você não entendeu o que eu quis dizer.
Vou tentar esclarecer!
Primeiro, o filme tem como tema central as milícias, isso é claro, não disse que o filme trata o sistema carcerário, mas acabou navegando em vários campos para colocar o roteiro mais emocionante e acabou se perdendo um pouco no foco que o primeiro tinha, que era ir nas entranhas da questão abordada e nos trazer uma angustia.
Meu querido, como assim o filme não faz referência a personagens reais? Como assim? É óbvio que eles não tratam os personagens como uma descrição fiel das figuras reais, afinal o filme não é um documentário é uma ficção. O Fraga não é exatamente o Freixo, porque esse não casou com a mulher do Sub-Secretário, dentre outras coisas. Mas o cara é historiador, dedicou os seus estudos ao sistema carcerário, fazia intervenções nos presídios em rebeliões, porque era respeitado pelos caras lá dentro e como deputado estadual do RJ abriu as investigações com a CPI das mílicias, fato que o levou a deputado federal nesta eleição, como o filme ironicamente coloca.
Mas enfim, o foco do filme e da minha crítica não é esse. Esse é só mais um ponto que me deixou puta com o filme!
O fato principal é que como FICÇÃO, esse filme é muito pobre e a questão aqui não é dizer que gosto mais do Nascimento do primeiro ou do segundo tropa. O Nascimento do Topa de Elite 1 era tudo de ruim e justamente por isso que ele era MARAVILHOSO! Você consegue entender?
O Tropa de Elite 1 era quase um filme sociológico e antropológico para conceder algumas questões problemáticas da nossa sociedade e mesmo sendo menos produzido e de pior qualidade técnica, foi muito melhor na proposta. O Tropa de Elite 2 virou um filme de entretenimento de massa, cheio de efeitos e ações, inspirados em fatos reais que até Rolling Stones gostou :). Nesse contexto, confesso que fico muito na dúvida qual é o Nascimento que eu prefiro o verdadeiro do primeiro que é um personagem que é claramente um assassino que não compactua com a bandidagem e com a classe média, mas que para manter a tranquilidade da sociedade perde a sua essência de ser humano e entra em conflito com isso, principalmente com a chegada do seu filho, ou se prefiro o autentico palhaço do segundo, que recupera a sua humanidade, mas que, esse sim, vira um Rambo esmurrando aquele político no final e deixando claro que faria justiça com as próprias mãos caso algo acontecesse com o seu filho!
O primeiro não é um filme de esperança e resolução, o filme é trevas do início até o fim. O segundo passa a ideia de que a justiça resolve, como se a justiça fosse um corpo isolado das políticas e da sociedade, tem aquele final "happy end" onde o herói do filme descobre a solução dos problemas, se redime dos seus erros e pecados. O filme teve aquele típico final hollywoodiano babaca e o pior é que o filho dele nem morre no final para fazer jus a última frase do Nascimento que dizia "MUITOS INOCENTES AINDA VÃO MORRER". Pelo menos isso teria salvado um pouco mais o filme.
Meu amado amigo... Esse filme também mexeu bastante comigo!
Cheguei ontem em casa revoltada da vida!!
Espero que o meu ponto de vista sobre esses dois filmes tenha ficado mais claro agora!
E por favor, não reduza a minha crítica, como se eu simplesmente achasse o Nascimento um Rambo e preferisse isso... NÃÃÃÃÃOOOOO...
Porque senão vou começar a achar que nãos ei mais escrever! Hehehe...
A minha última frase foi uma ironia com relação aos dois perfis do Nascimento dos dois filmes. Apenas viu? :)
Beijos meu queridão!!
Quem é o próximo a me bater?
Hehehe...

Anônimo disse...

Olha, Paty, eu ia até responder (discordar em gênero, número e grau, é claro), mas o Felipe já escreveu tudo que eu ia dizer ao terminar de ler o seu texto. E você já fez a réplica. Então, me sinto contemplada na argumentação dele e vejo que a sua opinião é a sua opinião e não há argumentos contra. Certo?

Uma coisa: O felipe foi bem metódico ao pontuar seu texto. Você não contra-argumentou com respostas às questões que ele colocou (muito importantes), mas lançou outras observações sobre o filme que não estavam no texto da postagem. Ou seja, você não respondeu companheira!! hahaha

Outra (e ultima) coisa: O filme é uma ficção. Ok. A sua crítica é para um roteiro de ficção com inspiração na realidade que não dá conta da realidade. Mas isso é sabido, não? Qual ficção dá conta da realidade?
Lembra da historinha do Borges?

No mais... é o que o Felipe disse é o filme é F@#%!

Beijos...

Patricia disse...

Taty,
Quero deixar claro que a minha crítica não é contra o fato do filme ser um roteiro de ficção que aborda um tema da realidade e que não consegue dar conta dela.
A minha crítica é sobre uma ficção que aborda um tema da realidade e buscou o pior caminho e por isso ficou fraco. Destaquei alguns aspectos da realidade que o filme deu mole porque, na boa, vamos combinar que é necessário ter esse cuidado, afinal TODO MUNDO saiu do filme dizendo:"É EXATAMENTE ISSO QUE ACONTECE".
Quanto a minha réplica, respondi sim algumas colocações do Felipe, acho que você ficou com preguiça de ler com atenção os nossos imensos comentários! :) Entretanto, não quis me ater a respondê-lo ponto por ponto, porque percebi que na realidade ele não entendeu a minha crítica, talvez possivelmente, por uma fragilidade do meu texto que foi escrito logo após eu ter visto o filme, tarde da noite e depois de um dia pica de trabalho, ou seja, não estava com muita paciência de fazer um texto melhor, mas precisava desabafar!! Tamanha a minha ira!! Hehehehe...
Mas enfim, já que vc quer respostas para cada ponto, vamos lá!
1- A cena do churrasco na favela, foi muito rápida e superficial para abordar a filha-da-putice que rola nas relações da milícia com as comunidades. Isso é fato e nem tem muito o que questionar. Sendo assim, para mim é como se não tivesse falado.
2- O filme não só foi narrado pelo olhar do Nascimento. O fio condutor desse filme foi o Nascimento e não as milícias. Esse é o ponto. Isso deixou, no meu ponto de vista o filme muito mais fraco. Essa é uma das grandes críticas sobre o Tropa 2. No primeiro filme, o fio condutor foi o BOPE e quem conduzia esse fio era a figura do Capitão Nascimento. O segundo não rolou isso. Quanto ao fato do filme dar um outro olhar a questão dos direitos humanos, foi bacana, mas também não achei que isso ficou tão evidente. Porque a atuação final do Wagner Moura no tribunal depondo, não foi porque ele percebeu que o Fraga e a sua defesa pelos direitos humanos era verdadeira e que o Fraga era já sabia de tudo sobre as milícias e ele não quis acreditar. Era um processo de redenção do Nascimento. Pessoal lembrem, tem uma fala no final do filme que o Wagner Moura diz o seguinte: "EU pensei que estava atacando o sistema e na realidade EU abri caminhos para ele crescer!" PORRA isso é uma merda de discurso. Percebem como o filme coloca o Nascimento como O FIO CONDUTOR DO FILME? Ou seja, as milícias formaram-se porque o Nascimento lipou as favelas e abriu caminho para a polícia corrupta atuar. Tudo bem Taty, que o filme é uma ficção e não pode e nem DEVE representar a realidade na sua essência, mas simplificar as coisas desse jeito para formar um herói estilo Duro de Matar é F&%$@0*!!!

Patricia disse...

continua...
3- Quanto a questão do sistema carcerário, já respondi no comentário anterior. Não vou falar de novo que não foi isso que quis dizer! :)
4- Com relação ao fato desse filme mostrar o Nascimento indo buscar um caminho mais justo para resolver o problema, enquanto no outro ele queria resolver o problema na base da porrada. Acho que precisamos rever o Tropa de Elite 1 e montarmos depois um debate sobre o filme. Porque vocês ficaram com uma visão muito reducionista de que o primeiro foi só violência e apologia as ações do BOPE. Eu confesso, que compreendi melhor o primeiro, quando o vi pela segunda vez. O primeiro filme não quer retratar a resolução do problema na base da violência, quis retratar outra coisa e eu já respondi a isso no comentário anterior também!
5- Boa parte da classe média acha mesmo que a solução do tráfico e da violência é uma questão de polícia. Ela acha mesmo que bandido tem que morrer. Mas não era essa a essência do Tropa 1. Quanto ao Nascimento do 2 ter um senso de justiça maior... Já disse o que penso desse personagem no Tropa 2.
6- Por último, não acho o Nascimento um Rambo e isso já respondi também anteriormente. Se é para classificá-lo como um personagem hollywoodiano ele é John McClane do Duro de Matar 1, 2, 3, 4... E por isso, vamos combinar, é muito fraco!! Hehehe...

Por fim Taty, sei que estou sozinha, junto com o Tarek e o crítico da Carta Capital nesta briga, mas é isso, opinião cada um tem a sua e eu não quero convencer vocês, nem ser convencida. Apenas quis externalizar os meus sentimentos sobre o filme e "brigar" com vocês, porque eu adoro essas nossas briguinhas de opinião!!!

Beijinhos queridaaaaaa!!
Vamos marcar o nosso encontro para esta semana. Debateremos mais ao vivo!! :)

Felipe disse...

Ei.....que viadisse eh essa de voces ficarem com essa historinha de "eu respeito sua opiniao", "eu sei que nao vou mudar sua opiniao", "desculpa ae, mas eu discordo".
Palhacada meninas. Eu quero sangue...ehhehehe

Oh! Eu to aqui aberto a outras opinioes viu....se for o caso mudo ate a minha. Ando num exercicio de vida pra deixar de ser teimoso.
Mas Paty, ainda nao me convenceu viu...hehehe
Em alguns pontos da sua fala, parece que a critica eh mais artistica (O Moura tava melhor no primeiro do que no segundo), do que outras coisas.

Nao sou um costumaz critico de cinema, mas ao meu "ver leigo" que sou, o filme passou uma mensagem e trouxe ainda mais sentido para o primerio Tropa.
Ou nao....

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Acabo de fechar as minhas nostas de útimo bimestre e estou sem neurônios para debater, mas, vamos lá:
Paty, primeiro, preguiçosa é a vovozinha!!
Segundo, isso é IMPLICÂNCIA sua! Ai, ai ai!
O Tropa 1 tem como "fio condutor" a perspectiva de um policial do BOPE e, por isso, tem um roteiro MUITO especial em termos de novas possibilidades de análise sobre a política de segurança pública. Concordo plenamente. O filme é foda. Achei uma babaquice aquele discurso moralista dos críticos que ficaram dizendo que o filme (e o Padilha) faziam uma apologia ao BOPE e às práticas de violência da PM. Quem diz/disse isso não entendeu o filme.
A sequência Tropa 2 CONTINUA SENDO UMA PERSPECTIVA DE UM (ex)POLICIAL DO BOPE, caraca! O cara tem suas crises existenciais (é um ser humano), mas continua sendo uma pessoa que foi treinada para cumprir um determinado papel e condicionada a pensar de certa maneira. A cabeça do Nascimento é a mentalidade do BOPE, seja no batalhão, seja no gabinete da secretaria de segurança. As análises que ele fez podem ser piegas, ou simplistas, ou pseudo-heroicas! São análises de um POLICIAL DO BOPE. Ela está puto com o "sistema" no qual o BOPE não tem mais, ou passou a ter pouca margem de manobra (o saco plástico não surte mais tanto efeito... vide o que aconteceu ao Matias).
Você DEFINITIVAMENTE não vai ver nada que "não soubesse" no Tropa 2. Mas é ilustrativo para costurar os meandros da política fluminense e nacional. Não creio que seja algo tão "manjado" pelo cidadão de um modo geral. Do contrário Cabralzinho não teria ganho com 66% dos votos em 1o turno.

Continuamos o debate ao vivo no sábado! Felipe, se quiser, tá convidado a dar um pulinho aqui no Rio, hehehe!

Beijocas

Patricia disse...

Hehehe...

Conclusão dos comentários:

1- Taty = Preguiçosa e Brigona!! Nem minha vovozinha escapou da sua ira!! Hehehehe... Mas continua fofa, como pode?

2- Felipe = Um jovem mais ABERTO, porém, sanguinário.

3- Paty = Atolada até o pescoço de tanta prova e morrendo de rir com os comentários de vocês.

Só um detalhe! A minha crítica não é mais artística, não faço uma crítica a atuação do Moura, pelo contrário, já disse anteriormente que ele continua sensacional no filme, além de lindo... Ops...
Voltando... A minha crítica é ao roteiro do filme mesmo!
Não achei o filme horroso, diferente do Tarek que achou uma MERDA mesmo! :) Esse árabe é F$@%&!
Eu achei que o filme fez algumas discussões pertinentes, algumas críticas perspicaz, mas no final, olhando a obra como um todo, deixou muito a desejar e a minha ira maior é que não é um filme feito por qualquer um, É UM FILME DO PADILHA!!! O mesmo cara que fez Ônibus 174 e o Tropa 1!! Ai fiquei decepcionada!! :(
Não pode... Não pode...
Felipe vem encontrar com a gente no sábado!! é LOGO ALI...
SAUDADESSS

Anônimo disse...

Fala aí, Felipe, o "mais ABERTO" (hehehe, prefiro ser a "preguiçosa e brigona, hein!?) vai dar um pulinho aqui no sul maravilha ou não vai???

HAHAHAHA

Picaretas da Távola Redonda disse...

oLHA....EU JA TO NO CENTRO-SUL MARAVILHA! MAS TO CHEGANDO

TO PRECISANDO MESMO DE UM BOTECO PE SUJO COM VOCES VIU...

aH! QUANDO EU FOR AI VOU PRECISAR DE ABRIGO... ANTI RONCO!!!! HEHEHEH

Anônimo disse...

Brasília não é sul-maravilha!! Brasília é um SIMULACRO! hehehe

Olha, tem uma caminha (bem "inha", mesmo) por aqui pela Tijuca...

E se tu roncar muito a gente te põe na varanda!

Portas escancaradas para você, amigo!

Beijocas!

vinicius disse...

Eu vou dar meu pitaco nessa discussão de vocês, mas vou ser breve. Pelo menos EU JURO que vou tentar!!! A impressão mais forte que eu tive ao final de Tropa II é que o filme perdeu grande parte da vitalidade que o consagrou por ter feito uma artisticamente perigosa opção pelo didatismo narrativo. A sensação que tive é que esta foi uma obra feita em reposta à uma profunda crise de consciência tanto do Padilha quanto do Wagner por conta da incrível incompreensão de boa parte do público e crítica em relação ao primeiro filme. Cada cena me pareceu pensada para calar as vozes dissonantes que massacraram o atormentado protagonista que se tornou uma espécie de vingador aos olhos do povão, que o consagrou de maneira retumbante como um dos mais importantes personagens da história de nosso cinema. À moda daquela primeira temporada de Jack Bauer logo após a eleição de Obama, quando rola uma certa mea culpa em relação às convicções mais arraigadas no espírito do personagem. O filme não é ruim, mas me soou sem alma. Muito mais um panfleto do que uma obra de arte. Enfim... Só mais um grande filme que não merecia uma continuação...

Beijos Pra Todos

Anônimo disse...

Xiiiiiiii...

Falou em obra de arte.. agora o Tarek vai cair matando!! hahaha

E aí, Tarek? É arte, ou não é arte?? hehehe

Volte sempre Vi!!

Thiago Cortês disse...

O próprio Frexo não se incomodou, e as garotinhas se sentem ofendidas...

O filme a todo momento confrota dois discursos, do deputado e do Nascimento, sem adotar nenhum.

Aliás, no final o discurso do Nascimento é uma puta reviravolta.

Mesmo assim o povo delicado das humanas fica ofendidinho. O que queriam mesmo era um filme à la Walter Salles.

Ele, que mora em Paris, sempre coloca os pobres como vítimas, gente do bem, santos da classe messiânica. E tome música triste.

Ai, esse mundinho politicamente correto é uma desgraça, viu....

Felipe disse...

Ah! uma coisa que eu concordo com a Paty é que o filho do nscimento poderia ter morrido no filme. Tem sentido....

Anônimo disse...

Thiago:

1 - Leia com atenção os comentários acima, caso não o tenha feito por preguiça, verá que as duas meninas que entraram no debate não concordam entre si.

2 - Se você leu, mas não entendeu, eu gostei do filme. Não porque seja "a la Walter Salles", ou isso, ou aquilo, mas porque é um filme BEM FEITO E NECESSÁRIO.

3 - O povo delicado das humanas costuma ser assim mesmo, falar, concordar, discordar, se entender, desentender, ao invés de dizer Amém para tudo que vê. Normalmente.

4 - Músicas tristes podem ser legais, viu?

5 - Também acho esse negócio de politcamente correto um C#!

6 - Volte sempre e não fique "ofendidinho" com as respostas porque aqui é assim: Bateu levou.


***


Felipe,
também acho que o filho do Nascimento deveria morrer. Seria mais cru e realista.

Fidel disse...

O filho do nascimento não morreu porque o SUS é foda!!!

Thiago Cortês disse...

Sou de humanas também.

Compreendo a arrogância de vocês.

Fidel disse...

O thiaguinho ficou magoadinho...
falou o que quis, não gostou do que responderam...

Anônimo disse...

Thiago, estou exercitando a minha paciência (que anda escassa ultimamente), por isso, te explico. Esse é um espaço para todo e qualquer tipo de crítica e argumento com relação aos temas "da vitrine". Críticas pessoais e de "estilo" (você me classificou como arrogante") são aceitas da parte de amigos (não é, definitivamente, o seu caso) e frequentadores do blog que, por esse motivo, nos conhecem e estão acostumados ao tipo de abordagem das Meninas. Aliás, você largou o dedo no plural acusando todos de "arrogantes" ("Entendo a arrogância de vocês") quando, na verdade, a birra foi comigo. Pode falar diretamente comigo, sem problemas.
Disse-me-disse, à parte, fundamente a sua crítica e voltamos a conversar.
Enquanto faz isso, procure um analista para resolver seus recalques profissionais ou roa o cotovelo até se acalmar.

Felipe disse...

O Thiago....vc entendeu assim é?
Eita...vou ler de novo pra ver o que eu perdi.

Patricia disse...

Prezado Thiago, vamos aos pontos:

1- De "Cortês" você só tem o nome, uma pena! :(
2- Críticas são bem vindas, mas eu não estou aqui para debater com alguém que não consegue argumentar para defender o que pensa, ou pior, nem lê direito o que está sendo discutido para depois criticar, afinal disse que todas as "garotinhas ficaram ofendidas", enquanto por enquanto, só EU estou criticando o filme e ARGUMENTANDO a minha crítica.
3- O Marcelo FreIxo e não Frexo, como você escreveu equivocadamente, é um político que muito admiro e inclusive recebeu o meu voto. Se ele não ficou incomodado com o fato do filme ter deixado subentendido que o "Fraga", personagem inspirado na sua figura política, seria mais um político querendo se dar bem, acho admirável da parte dele, pois demonstra que ele tem um espírito mais evoluído do que eu, porque EU, e não as demais "garotinhas", fiquei PUTA com isso.
4- Como o Vinícius muito bem colocou, o Tropa II "perdeu grande parte da vitalidade que o consagrou", quis ser didático demais e perdeu a essência fantástica do primeiro, que foi muito incompreendido por muita gente, certamente incluindo você! Essa é a minha grande crítica.
5- O filme tem o seu valor, mas repito é fraco comparado com o outro. Na preocupação de acertar críticas levianas de uma incompreensão coletiva do Tropa I o Padilha falhou muito no Tropa II!
6- Por último, não sou arrogante, sou insistente nas defesas das minhas opiniões.

Apareça quando quiser e tentarei fazer o Milagre de te deixar um pouco mais Cortês! :)

Patricia disse...

Vinicius,
fico feliz de ver mais alguém criticando este filme! :)
Porque também acho que o Tropa II está longe de ser melhor que o Tropa I!

Renata disse...

Ai, sei que é chato entrar assim no debate quando ele já está rolando há um tempão com comentários, réplicas e tréplicas... Mas mesmo assim vou comentar.
Paty, primeiro tenho que dizer que acho muito saudável que as pessoas discordem, debatam, troquem idéias, e mudem ou não sua opinião sobre as coisas. Mas isso nada tem a ver com normalidade e nem com entendimento. Do jeito que vc expressou no post parece que ou vc é anormal por achar o que acha ou então todo mundo é que não entendeu o filme, porque se tivessem entendido elas concordariam com vc. Só que as duas coisas não são incompatíveis de maneira nenhuma. As pessoas tem entendimentos e visões diferentes sobre as coisas, e podem discordar. Eu te conheço e, no fundo, sei que vc concorda que as pessoas podem compreender e discordar. Mas não foi isso que vc expressou no texto. Assim como tb disse que não responderia ao Felipe porque no fundo ele não tinha entendido. Ele pode ter entendido o que vc disse e continuar discordando.
Sobre o filme, o Tropa II, concordo com tudo que o Felipe e a Tati já falaram e não quero me repetir aqui. Minha opinião é: o filme tem um proposta e a cumpriu muito bem. Eu gostei muito da abordagem escolhida, dos temas e da execução do filme.
Talvez algumas pessoas esperassem outra coisa, tivessem outras expectativas do que o filme deveria ter abordado ou feito, mas isso é uma outra história. Se vc quer um filme que explore detalhadamente a relação entre as comunidades e a milícia, ótimo. Mas isso seria um outro filme, com outra proposta, outra escala, outra abordagem. Com certeza tb um filme importante e necessário. Mas a proposta claramente não era essa.
Acho um pouco complicado quando a maior crítica a alguma coisa, nesse caso o filme, é pelo o que ela não é, não fez ou não se propôs a fazer. Como eu disse, eu gostei muito da proposta do filme. Mas, além disso, acho que foi muito bem feito. Por exemplo, se é pra falar do que um filme "não faz", o Tropa I (que é mesmo um filmaço), aborda a questão da responsabilidade da classe média sobre o tráfico de drogas, mas mostra apenas os adolescentes consumidores, o traficante e o BOPE. E cadê a família desses consumidores que hipocritamente não querem reconhecer essa relação, e passam a mão na cabeça dos filhos? Não aparece. É um fator super importante, e não aparece. Mas o filme não é menos por causa disso. Continua um filmaço.
Não acho de maneira de uma que o filme desrepeite em qualquer momento o Freixo, ou os militantes de direitos humanos. Muito pelo contrário. O relato através dos olhos do Nascimento acaba ressaltando os estereótipos que existem em relação aos militantes e aos temas dos direitos humanos. E tb acho que no final não há uma "remissão" do Nascimento, mas um claro reconhecimento de que aquela violência e ´modo de atuação do BOPE não são a solução, e que eles estavam errados.
Acho que um dos pontos fortes do filme é justamente mudar de escala e, ao ampliar a escala, mostrar os diferentes atores envolvidos nisso tudo. Muito atores e grupos estão representado ali de alguma forma: o militante de direitos humanos, o político corrupto, o policial bitolado, os milicianos, a comunidade, a mídia e seu imenso poder e ao mesmo tempo fragilidade, e por aí vai.
Não acho que o filme passe a idéia de que "a culpa de tudo são dos políticos". De jeito nenhum, acho que justamente é o oposto disso: o que o filme faz é mostrar toda uma "cadeia produtiva" de violência, drogas, corrupção, criminalidade e poder, que se manifesta em diversos níveis.
(continua...)

Patricia disse...

Lipe, meu querido!!!

SABE QUE A CASA É SUA!!!!

E como o meu apê é espaçoso, não vou me irritar com os seus roncos dessa vez!! :)

PODE VIR QUE A CASA TE ESPERA DE PORTAS ABERTAS!!!!

Renata disse...

(continuando...)
Não, não é a justiça sozinha que vai resolver tudo. Mas acredito firmemente (e aliás essa é a verdadeira luta dos movimentos pelos direitos humanos) que as mudanças necessárias e duradouras são aquelas estruturais. E isso significa a construção e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito e suas instituições, em sua plenitude. Ou seja com a institucionalização das obrigações do Estado em promover os direitos civis e políticos, e os direitos economicos, sociais e culturais. A criação e o fortalecimento de processos e mecanismos de participação popular, prestação de contas e transparência do Estado em todos os níveis. E a justiça (um justiça funcional, claro) tem um papel fundamental nisso. É também através desses espaços de CPIs, dentre muitos e muitos outros espaços formais e institucionais, onde a maior parte das mudanças estruturais podem acontecer.
Acho que comparar o Tropa I a Tropa II é um erro. São filmes diferentes, sobre temas diferentes. Mas de qualquer forma, é claro que podemos gostar mais de um filme do que de outro, como em qualquer caso.
Quanto ao Tropa II ser mais palatável à classe média, eu também não concordo. Muito pelo contrario. Acho que é ainda mais incômodo. Porque ninguém é mais inerte e a favor do status quo do que a classe média. E o filme coloca o dedo nessa ferida: o problema é muito maior, atinge muito sgrupos importantes e uma mudança real afetaria muita gente e muitas estruturas. E isso, a classe média não quer. A classe média que mesmo é o BOPE subindo favela e matando bandido. Isso é o que a classe média quer. Uma justiça operante e transparente, políticos não corruptos, transparência e participação popular, presença do Estado nas áreas pobres para prestar os serviços que deve, desenvolvimento social... isso é o que a classe média NÃO QUER!
A classe média quer o Nascimento do Tropa I, só que não pode admitir, porque se adminitir isso abertamente, hoje em dia, dá problema... Mas no fundo, querem isso mesmo.
Vinicius: vc disse que o filme é mais um panfleto do que uma obra de arte?? O filme não é NADA panfletário... nada mesmo. E, desde quando todo filme tem que ser "uma obra de arte"? O filme não se propõe a ser uma obra de arte. Mas, ainda sim é um filme muito bem feito.
Thiago: vc criticou aqui as crítcas ao filme, nos chamando de arrogantes e ironizando que o povo de humanas ficou ofendidinho... Que tal vc falar do filme hein?
Menin@s, demorei, mas comentei...rs
Beijos!

Anônimo disse...

Renatinha... MEU ORGULHO, essa Menina!! Saudades!!

Paty, querida, que bom que você chegou. A minha pedagogia solitária já esva se acabando... hehehe
ASSUME o cargo??

Patricia disse...

Renatinha,
também acho muito saudável as pessoas debaterem, discordarem, trocarem ideias e até mudarem de opinião, tanto que em alguns momentos eu disse que adoro as nossas discussões, porque acho bacana externalizarmos as opiniões e confrontarmos pensamentos.
Quanto ao fato de indagar no texto se sou anormal por não ter achado o filme maravilhoso é que foi exatamente a sensação que tive ao sair do cinema. O meu texto foi escrito assim que coloquei o pé em casa, no auge da ira! Entende? Quando discordamos de algo que todo mundo concorda é normal nos sentirmos fora da normalidade. Não que estejamos efetivamente fora dela, mas é um dos sentimentos que nos toma.
A minha segunda indagação, não era se as pessoas haviam entendido o Tropa II, eu indaguei "será que as pessoas entenderam o Tropa I?" Porque o Tropa de Elite I foi extremamente mal interpretado, tão mal interpretado que eu tive a mesma impressão do Vinícius, que o Tropa II foi uma resposta a "crise de consciência do Padilha pela incompreensão do Tropa I". A visão do Capitão Nascimento como o vingador, precisava ser desmistificada.Lembro-me claramente, de ter debatido com muita gente que falou muito mal do Tropa de Elite 1. Quando fiz essas indagações, talvez não tenha sido clara no meu texto, não foi para dizer que as pessoas não entenderam o Tropa II e por isso gostaram, foi para dizer que eu achava que pelo fato de muitas pessoas não terem entendido o Tropa I acharam esse melhor. Não estou dizendo, com isso, que vc, Taty ou o Lipe não entenderam o Tropa I. :)
Estou entrando em crise!! Hehehehe...
Enfim, continuando, quando disse que o Felipe não tinha entendido, não quis dizer que ele não entendeu o filme, quis dizer que ele não havia entendido o meu ponto de vista sobre o filme, porque as argumentações que ele fez sobre as minhas colocações não atingiam o foco da minha crítica, sendo assim, tentei ser mais clara no comentário seguinte.

Patricia disse...

CONTINUANDO...


Quanto a sua crítica de se discutir o que um filme não foi, a minha intenção não foi ficar expondo que o Tropa II não fez isso ou não fez aquilo, apesar de ter feito muito isso em virtude dos caminhos que os comentários foram ganhando. Acabei pontuando alguns aspectos para tentar ilustrar como que na tentativa de mostrar toda uma cadeia de produção de violência, corrupção, drogas, blá, blá, blá, ele abriu muito o campo e perdeu a essência fantástica do mal estar que o primeiro causava.
Concordo com você que o primeiro, deixou de abordar uma série de aspectos sobre a questão das drogas e do envolvimento da classe média e foi justamente pelo fato do Tropa 1 não ter tido a proposta de explicar TUDO é que fez o filme não se perder, por isso, ele foi preciso, na medida e teve essência. O segundo quis ser muito didático, quis explicar tudo e para mim, foi neste ponto que ele se perdeu. Inicialmente, até mesmo pela sua sinopse, eu achava que o fio condutor do filme era a milícia, assim como fio condutor do primeiro foi o BOPE. Mas não foi assim. O fio condutor do segundo foi o Nascimento e isso enfraqueceu o filme enquanto ficção, isso pra mim, fez o filme perder a vitalidade que o primeiro tinha.
Eu não achei o filme um lixo, mas era um filme do Padilha e tendo em vista tudo que eu já vi desse cara, fiquei decepcionada. Talvez, se o filme tivesse sido feito por outra pessoa eu o teria achado mais legal, porque eu não teria a expectativa do brilhantismo apresentado no Tropa I ou no Ônibus 174.
Esse é o ponto que discordamos. Vocês acham que o fato do filme ampliar a sua escala de análise, apresentando os mais diferentes tipos de atores que atuam na questão, é o que o faz forte e é justamente esse aspecto, que para mim, torna-o mais fraco.
Quanto as suas análises sobre a importância das CPIs, a institucionalização das obrigações do Estado, a importância do fortalecimento dos mecanismos de participação popular, etc, etc e tal, eu concordo com tudo isso! Em grau, número e gênero! Longe de mim discordar dessas suas colocações, mas para mim, o desfecho do filme ficou longe de apresentar essa sua linda análise minha amada amiga!
Longe mesmo... O que você escreveu está muito mais bonito do que o desfecho do roteiro do Padilha!
PARABÉNS!!! :)
Você continua o meu orgulho!!!

vinicius disse...

Olá Rê,

Usei o termo "panfleto" para ilustrar a opção pelo didatismo narrativo que o Padilha adotou e que me incomodou muito no filme, mas admito não ser o termo mais adequado. Sobre ser uma obra de arte, não estava me referindo a nenhum sentido sublime, superior, supostamente associado à expressão, mas não tenho como aceitar que uma obra de ficção não seja uma expressão artística e, portanto, uma obra de arte...

Pati,

Nossa visão sobre o Tropa II tem muitos mais pontos convergentes que divergentes, mas somos minoria nesse debate...

Beijos Doces Para as Duas

Patricia disse...

Pois é Vini...
MAS SOMOS UMA MINORIA RESISTENTE!!
Mais tarde nos encontraremos no Amir (restaurante aqui em Copa) para jantarmos, se quiser unir forças nessa briga, será bem vindo! :)
Beijos

Obs.: É panfletário mesmo!! :D
Aquela que não se cansa de apanhar!!

Anônimo disse...

GENTE! Vocês escrevem muuuuuuito!! Não querem me ajudar a escrever a minha tese, não?? Tô aceitando doações de laudas... hehehe

Cansei do Tropa de Elite... Vamos mudar de briga?...

Patricia disse...

Vamos siiiiiimmmmm!!!
Mas dessa vez eu quero bater em alguém!!!
Cansei de apanhar também!!! :)

vinicius disse...

Olá Pati,

Estou lendo seu recado apenas agora, mas ainda que tivesse lido ontem, não poderia ir. Ainda assim, obrigado pelo convite...

Beijinhos

Patricia disse...

Que pena! Até a miran apareceu! E por falar nela, ganhamos uma aliada, ela também não gostou! :-)

Thiago Descortês disse...

O deputado em questão fez campanha com apoio do Padilha e do Wagner Moura.

Ele entendeu que o filme aborda dois discursos, não adota nenhum, e no final ainda crítica o próprio Nascimento.

Não é uma questão de ser uma criatura evolúida, basta ser inteligente.

Patricia disse...

Humm... Voltou nervoso. Agora além de arrogante sou burra! Lindo isso! :-) Eu sei que os dois apoiaram a campanha do freixo, eu acompanhei a campanha dele. Quanto a minha interpretação do roteiro, já pontuei por aqui e ñ vou repetir! Achei fraco e no final ficou algo no ar sobre o personagem do Fraga. Isso não é uma questão de inteligencia é uma questão de interpretação e opinião. Já conversei com outras pessoas que tiveram a mesma sensação. Não foi algo explícito. Talvez, acredito, mais uma falha do roteiro. Nesse caso e talvez em outros as nossas visões divergem! Apenas! Mas se você não consegue ENTENDER isso, só lamento a sua limitação! Um abraço cortês!

vinicius disse...

Grande Mirian!! Sempre ao lado das minorias... ;)