Três meninas. Três histórias diferentes que se encontram. Três linhas distintas de pensamento, que se unem formando um maravilhoso mosaico de histórias, ideias e experiências. Encontram-se nas afinidades e completam-se nas diferenças, enlaçando-se nas alegrias e tropeços da vida. Escrevem aqui para celebrar, compartilhar e aprender. Para refletir sobre as experiências do passado, as inquietudes do presente e as incertezas do futuro. Nessa sucessão de encontros e desencontros, buscam entender melhor o mundo. Tudo isso regado por um pouco de geografia, política, arte e muito ziriguidum!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CENTENÁRIO DE NOEL


Hoje encontrei-me rapidamente com a Rê, que comentou sobre um livro lindo da biografia de Noel Rosa que ela presenteou-me tempos atrás, que por sinal é uma relíquia nos dias atuais, e lembrei-me após esse nosso papo que o ilustríssimo sambista não havia recebido as devidas homenagens das meninas deste blog.

Para acertar tamanha negligência, segue um breve relato sobre o nosso
saudoso poeta da Vila!
Nascido em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, o sambista Noel Rosa completaria cem anos no dia 11 de dezembro deste ano. Desde o início do ano, o compositor e cantor recebe homenagens da cidade sobre a qual tanto gostava de transformar em música e as meninas também não poderiam deixar de prestar uma singela homenagem ao compositor. Para o músico Martinho da Vila, que escreveu o samba-enredo “Noel a presença do poeta da Vila”, o legado de Noel - além de suas obras - foi ter ajudado o samba a se tornar símbolo do Rio. –É uma figura imortal, parece que ainda está aqui. Suas composições e melodias são bastante atuais. Noel Rosa inspira poesia no samba.
No entanto, a cidade descrita por Noel é diferente daquela imaginada pela maioria das pessoas quando se menciona o Rio de Janeiro. De acordo com o músico Carlos Didier, que escreveu Noel Rosa, uma biografia , junto com João Máximo, o sambista se concentrava no homem comum, do Centro para a zona norte, em vez de descrever o cenário e o dia a dia das pessoas de Copacabana e Leblon.
- Em vez de falar em tese, por exemplo, de amor, ele ilustrava com a cidade, uma cena em um bar. Era um grande cronista. O Noel viabiliza a crônica em samba. Antes dele, a cidade aparecia apenas em cenas pequenas. Ele era simpático a cidade. Mas ao focar em seu bairro, ele não perde a capacidade de ser universal.
Homenagem a Noel Rosa-Vila Isabel
Para o biógrafo, o sambista pegou o espírito da cidade, que seria um humor, que não é uma gargalhada, mas um sorriso. Uma graça com uma ponta de tristeza, uma sátira com uma ponta de filosofia. O “poeta da Vila” viveu na época da formação do samba genuinamente carioca, interferindo no modelo criado no início dos anos 20. Isso ao lado de Ismael Silva, Cartola, Paulo da Portela, que são considerados os sambistas de raiz.
- A chegada de Noel ajuda a legitimar o samba, porque ele traz uma cultura literária portuguesa e brasileira. A música “Triste cuíca”, por exemplo, é um soneto – tipo de poema- e muitas pessoas nem sabem.
Noel Rosa era um boêmio, que gostava de trocar experiências com outros artistas. Teve aproximadamente 60 parceiros, segundo Didier. O sambista veio de uma família musical.
Noel Poeta da Vila - O Filme
Seu primeiro instrumento foi o bandolim da mãe, em seguida, o violão do pai. Didier conta que, segundo relatos do próprio Noel, ao conseguir a atenção das moças com a música, o sambista aproveitou o talento que tinha.
O “Poeta da Vila” viveu apenas 26 anos, vítima de tuberculose, mas compôs alguns clássicos da música popular brasileira. Destacam-se Com que Roupa?, Fita Amarela, Feitiço da Vila, Onde está a Honestidade? e Filosofia.
Concluirei essa postagem com o "último desejo" do nosso eterno Noel!

5 comentários:

Henri disse...

Saaaaalve Noel!

Boa dica, meninas! Fiquei interessada em ler essa biografia! E estou doida para ouvir o cd do Martinho da Vila!

Adorei essa parte do texto: "Para o biógrafo, o sambista pegou o espírito da cidade, que seria um humor, que não é uma gargalhada, mas um sorriso." Adorei essa frase, pois é exatamente como eu sinto o Rio todas as vezes em que vou aí: para mim, o Rio não é uma gargalhada, é um sorriso grudado no rosto, um estado de espírito eternamente bem-humorado.
Eu ainda acho que nasci no Rio errado. =)
Chega logo, março! =)

Henri-beijo

Cidadão de Bem disse...

O único Noel que eu gosto é o Papai Noel que presenteia as criancinhas do mundo todo!!

Patricia disse...

Fidel, deixa de ser mala!!
Olha que eu nem falei do Chico!! :)
Só falei do Noel!!

Patricia disse...

Henri, eu tenho CERTEZA que você nasceu no Rio errado!!
Mas tem erros da vida que podemos consertar!! :)
Vem logo pra cá!! Pô!!
Hehehe...

Renata disse...

Com algum atraso...

O blog não podia deixar de homenagear o Noel! Obrigada Paty, pela postagem!

Saudades do desfile da Vila no ano passado, em que homenageamos o poeta!