Eu não sou muito talentosa na cozinha, nunca fui. Sou meio estabanada, desastrada, quando me aventuro a fazer qualquer coisa, em geral, a cozinha fica a maior confusão. Tem gente que prepara qualquer coisa com muita eficiência, rapidez, e ainda consegue deixar a cozinha limpinha. Eu não. Demoro muito, me enrolo pra cortar, descascar, articular várias coisas ao mesmo tempo então... aí é que faço uma bagunça danada. A mini cozinha do meu apartamento também não é muito sedutora. Assim, nunca me aventurei muito na arte da culinária. Mas confesso que a idéia de cozinhar me atrai me muito. Não sei bem o que é... Mas a idéia de escolher ingredientes, misturar sabores, temperos, aromas é fascinante. Tem um quê de magia... Achar a medida certa para o resultado esperado! Afinal, comida provoca reações. Uma comida picante, aredente, uma mais levinha, um prato afrodisíaco, uma receita para queimar gorduras, outra cicatrizante e por aí vai.
Nós somos o que comemos, não é?
Recentemente, apesar das restrições do espaço, decidi me aventurar mais na cozinha. Foi acontecendo meio aos poucos, um pouco por causa do trabalho, um pouco por causa da companhia. Eu trabalho com direito a alimentação, lido com isso diariamente, e comecei a prestar mais atenção na minha própria alimentação. O convívio muito próximo com quem cozinha muito bem e com alguns vegetarianos também deram um empurrãozinho. E comecei a testar receitas e dicas. Com algumas amigas, organizamos umas oficinas. Um super programa: cada um ensina uma coisinha, a gente toma um vinho, uma cerveja e se diverte muito! E, come tudo depois, claro.
Agora, acho que parte do prazer de cozinhar está também no desafio e na realização. A sensação de tentar algo novo, de testar algo que você não consegue prever totalmente o desfecho, e depois ver o resultado é incrível. É claro que, para alguém desajeitada como eu, o resultado pode não ser muito gratificante, mas aí pelo menos a gente se diverte... A idéia de que o grande esforço será recompensado depois quando você degustar aquilo que você mesmo preparou, é a melhor de todas. É como chegar a uma cachoeira deliciosa depois de horas de trilha. O suor vale o prazer do mergulho. É claro que comecei com coisas bem simples, mas por enquanto todos que provaram aprovaram as aventuras.
Deixo aqui a receita de um pão integral caseiro que aprendi em uma das oficinas, que já fiz muitas vezes e de vários sabores:
- 4 xícaras de farinha de trigo integral (dica: a marca mais saborosa é a Mãe Terra)
- 1 colher sopa de fermento biológico em pó
- 1 colher chá de sal
- grãos de sua escolha (os melhores são centeio, aveia, granola, semente de girassol, linhaça, cevada)
- 5 colheres de sopa de azeite
- 3 colheres de sopa de óleo
- água morna (mais ou menos 1 copo)
- adicional: o sabor que você quiser dar ao pão. Pode ser tomate seco, azeitona, cebola rocha, alho, alecrim, linguiça calabresa, damasco, passas... e tudo mais que você quiser combinar.
Modo de preparo:
Adicione a farinha, o sal, o fermento e os grãos em uma bacia e misture. Depois, adicione os elementos que vão dar o sabor e misture. Por último, o azeite e o óleo. Aí, vai ter que colocar a mão na massa... Vá adicionando a água morna aos poucos e misturando com as mãos. Misture até formar a massa, sem deixar molhado demais. Amasse bastante, quanto mais amassar mais a massa cresce e o pão fica fofinho. Deixe reservado até a massa crescer (mais ou menos vinte a trinta minutos). Pré aqueça o forno. Quando a massa crescer, coloque em uma forma de pão untada com azeite e leve ao forno.
Espero que vocês testem e aprovem também!